Como será a Oi (OIBR3) no 2T23? Analistas já recomendam “cautela e distância” das ações da tele

Com desvalorização de 40% nas suas ações em 2023 e em sua segunda recuperação judicial, a Oi (OIBR3) divulgará seu resultado trimestral na próxima quinta-feira (10).

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Já no primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou R$ 1,26 bilhão de prejuízo líquido, mesmo com sua venda massiva de ativos.

Agora, o mercado tem expectativas sobre as últimas linhas do balanço da Oi no 2T23.

No seu parecer mais recente sobre as ações, de junho, analistas do BTG destacaram que a empresa tem mostrado uma redução no ritmo dos seus números de fibra, adicionando 34 mil clientes em abril e 39 mil clientes em março em termos de Fiber-to-the-Home (FTTH) – termo em inglês para descrever a solução em que a fibra óptica sai diretamente da central da empresa que fornece o acesso.

Atualmente a casa tem recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 1.

Os papéis OIBR3 têm sido pouco citados por analistas de sell side, dada a derrocada das ações em janelas longas (-84% nos últimos 12 meses) e uma certa unanimidade em manter cautela e distância das ações.

“Da mesma forma, o crescimento da receita da TIM (TIMS3) foi impulsionado por aumentos de preços e condições favoráveis com a Oi, enquanto o término do contrato TSA deve impactar positivamente a rentabilidade”, cita a XP, em um parecer sobre a expectativa para o 2T23 das companhias de telecomunicações.

A companhia, como novidade recente, aprovou uma nova política de remuneração para membros do seu conselho.

Segundo o documento, entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os membros do conselho de administração e dos respectivos comitês de assessoramento recebem honorários fixos mensais.

Assim, para alinhar os objetivos de seus membros aos dos acionistas, além de aproximar sua remuneração ao mercado, é necessária a manutenção de uma parcela da remuneração baseada em um plano de incentivos de longo prazo baseado em ações para o conselho, diz a Oi.

A remuneração fixa é composta por honorários pagos em doze meses, que variam de acordo com as responsabilidades e o tempo dedicado às funções.

Já a remuneração variável, que contempla os incentivos de longo prazo, têm por objetivo permitir a outorga de ações aos membros do conselho como parte de sua remuneração, visando promover seu engajamento e comprometimento com a realização dos objetivos estratégicos da Oi.

Parte das citações são voltadas para a Tim (TIMS3) e a Telefônica (VIVT3), que adquiriram ativos da Oi no âmbito de sua política de desinvestimentos, balizada por causa da recuperação judicial.

Em meio a sua segunda recuperação judicial, a Oi (OIBR3) teve recomendação de venda e preço-alvo de R$ 1 pelo Santander – ante a cotação atual, de R$ 1,03.

Oi (OIBR3) terminou maio com R$ 1,4 bilhão em caixa

Oi (OIBR3) fechou o mês de maio com uma cifra de R$ 1,429 bilhão em seu caixa, conforme documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 13 de julho. A cifra é R$ 137 milhões maior do que a de igual período no ano anterior.

O documento, que se refere ao fluxo de caixa mensal da Oi, detalha o recebimento de R$ 1,026 bilhão, ao passo que os pagamentos totalizaram R$ 882 milhões, com R$ 7 milhões em investimentos em maio.

No fim de janeiro deste ano, a Oi detinha R$ 2 bilhões em caixa. Veja o fluxo mensal:

  • Janeiro/23 – R$ 2,003 bilhões
  • Fevereiro/23 – R$ 1,099 bilhão
  • Março/23 – R$ 1,399 bilhão
  • Abril/23 – R$ 1,201 bilhão
  • Maio – R$ 1,429 bilhão

Oi concluiu venda da SPE Torres 2 por R$ 905 milhões

A Oi informou em 12 de julho que concluiu a venda das ações da Lemvig RJ Infraestrutura e Redes de Telecomunicações (SPE Torres 2).

Essa empresa é detentora de parte da infraestrutura de torres reversíveis e não reversíveis da Oi. A venda das ações foi feita para a NK 108, conforme estabelecido durante o período da 1ª recuperação judicial da Oi.

Com a conclusão dessa operação, a NK 108 pagou hoje (12) o valor de R$ 905,1 milhões, que corresponde ao preço de compra preliminar subtraído das deduções e retenções que estavam previstas no acordo de venda das ações da SPE Torres 2.

Em comunicado, a tele diz que “a conclusão da operação representa a implementação de mais uma etapa do seu processo de reestruturação, visando assegurar à companhia maior eficiência financeira e sustentabilidade de longo prazo, com foco na execução de seu core”.

Nesse sentido, a empresa destaca sua “intenção de aumentar as receitas com a expansão dos serviços por meio da fibra ótica e do mercado corporativo, buscando oferecer assim soluções inovadoras de TI com a Oi Soluções”.

No dia 7 de dezembro de 2022, a Oi havia celebrado o contrato de venda das ações da SPE Torres 2 à NK 108.

O valor anunciado na época era de até R$ 1,697 bilhão. Vale lembrar que a proposta da NK 108 foi vencedora do procedimento competitivo realizado em 22 de agosto de 2022.

A NK 108 é uma afiliada da Highline do Brasil II Infraestrutura de Telecomunicações, e o acordo foi firmado na época com interveniência da Lemvig RJ.

O contrato da Oi passou então por ajustes de preço e retenções, culminando no pagamento do valor efetuado em 12 de julho.

Números da Oi no 1T23

A companhia de telecomunicações registrou um prejuízo líquido de R$ 1,267 bilhão no primeiro trimestre de 2023 (1T23). Assim, a companhia reverteu o lucro líquido de R$ 1,623 bilhão observado no mesmo período do ano passado.

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Ebitda de rotina da Oi, que representa o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 234 milhões no primeiro trimestre de 2023, o que representa uma queda de 81,3% na comparação com igual etapa do ano passado.

Além disso, a Oi registrou uma receita líquida de R$ 2,2 bilhões no 1T23, com crescimento de 4,8% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

balanço da Oi aponta que esse desempenho positivo foi alavancado pela performance dos serviços core, incluindo a Oi Fibra (+20,8% A/A, +R$ 190 milhões) e a Oi Soluções (+12,9% A/A , +R$ 80 milhões).

Já a queda da receita líquida consolidada da operação brasileira da Oi, de 42,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2022, teria sido influenciada pela conclusão das vendas das operações descontinuadas, que incluía o setor de mobilidade e a UPI InfraCo.

A Genial Investimentos destacou que o balanço foi protagonizado por custos acima do esperado e forte queda do Ebitda da operação brasileira.

“No 1T23, os custos e despesas apresentaram redução de 27,2% na base anual e crescimento de 2,2% na base trimestral ficando acima das nossas expectativas. Os custos e despesas das operações brasileiras apresentaram queda de 26,9% na base anual e aumento de 1,7% na base trimestral. Essa queda contra o ano passado é resultado de adoção de políticas mais eficientes e da alienação da operação de mobilidade e infraestrutura de fibra. Isso eliminou os custos associados a essas operações, apesar do incremento das despesas decorrentes do novo modelo operacional na fibra que aumentou os custos e despesas em aluguéis e seguros”, diz a casa.

“A empresa reportou um EBITDA de rotina de R$ 234 milhões, uma queda 81,3%. O principal fator para a queda de EBITDA foi a operação brasileira, que fechou o trimestre em R$ 193m, apresentando redução de 84,2%. A diminuição observada, quando comparada ao ano anterior, é resultado da conclusão da venda das atividades de mobilidade e infraestrutura de fibra”, completa.

Cotação de OIBR3

Cotação OIBR3

Gráfico gerado em: 07/08/2023
1 Ano

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Eduardo Vargas

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