Oi (OIBR3) reduz prejuízo em 97% no 4T23 e anuncia grupamento de ações em 10 para 1
Em recuperação judicial, a Oi (OIBR3) teve um prejuízo líquido de R$ 486 milhões no 4º trimestre de 2023 (4T23), segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira (28).
O valor representa um enxugamento de 97,2% em relação ao prejuízo de R$ 17,149 bilhões reportado pela OIBR3 no mesmo intervalo de 2022.
Na comparação trimestral, essa redução foi de 82,8%, ante as perdas de R$ 2,83 bilhões registradas no terceiro trimestre de 2023.
O prejuízo líquido da Oi no acumulado do ano de 2023 foi de R$ 5,428 bilhões, queda de 71,8% em relação às perdas de R$ 19,266 bilhões registradas em 2022.
Resultados da OIBR3 no 4T23
O Ebitda (lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização) de rotina teve um resultado negativo de R$ 107 milhões no último trimestre do ano passado, -126,9% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 396 milhões positivos).
No ano, o dado acumulou R$ 71 milhões, 103,2% inferiores em relação a R$ 2,204 bilhões positivos em 2022.
No 4T23, o Ebitda reportado da Oi bateu R$ 72 milhões, ante os R$ 14,651 milhões do 4T22 (-99,5%). No ano, o valor acumulado foi de R$ 568 milhões, ante R$ 5,226 milhões em 2022.
Segundo a companhia, o desempenho no Ebitda da Oi foi impactado, principalmente, pela aceleração na queda das receitas dos serviços não-core, aqueles que não fazem parte do “negócio raiz” da telefônica.
“Em especial pela dinâmica dos serviços baseados na tecnologia de cobre, dadas as atuais limitações regulatórias para a gestão de sua rentabilidade, pela desaceleração no crescimento de fibra impactado pelo cenário macro e competitivo, além da evolução anual nos custos com infraestrutura de fibra,” justificou a companhia.
O resultado financeiro líquido totalizou despesas de R$1 bilhão no 4T23, apresentando um aumento de 33,1% na comparação anual e uma redução de 59,4% no trimestre.
Na comparação anual, o crescimento foi explicado por efeitos positivos não recorrentes no 4T22, ocorridos como consequência da conclusão da venda da UPI InfraCo.
Fluxo de Caixa e investimentos da OIBR3
O fluxo de caixa da Oi encerrou o 4T23 com um consumo de R$300 milhões, um crescimento de 59,5% ano a ano nas operações.
A eficiência em Capex (capital expenditure, ou despesa de capital) compensou a performance do Ebitda de rotina, que foi afetado pelo consumo para manutenção da operação legada e os investimentos no crescimento da operação de fibra.
No acumulado do ano, o consumo de fluxo de caixa operacional atingiu R$992 milhões (-41,0% A/A).
No 4T23, os investimentos da Oi somaram R$186 milhões, com as operações core respondendo por 75% deste total. Segundo a companhia, isso indicou uma redução de 65% em relação a 2022, resultante da venda da operação de infraestrutura de fibra.
RJ: Dívida da Oi
No 4T23, o saldo da dívida bruta da Oi foi de R$25,5 bilhões, uma alta de 14,3% no ano e de 1,1% ante o 3T23.
“A elevação anual foi decorrente, principalmente, da captação da 1ª tranche do financiamento DIP no 2T23 e do reconhecimento de juros das dívidas no período”, explicou a companhia.
No trimestre, a Oi consolidou um saldo de caixa de R$2,2 bilhões (-12,0%, ante 3T23). O capital de giro foi negativo em R$385 milhões, devido a maiores pagamentos a fornecedores e desembolsos pontuais, aliado a efeitos não caixa no EBITDA.
Oi (OIBR3) confirma grupamento de ações de 10 para 1
Na quarta-feira (27), o Conselho de Administração aprovou a proposta da companhia telefônica de grupamento das ações ordinárias e preferenciais.
O objetivo da operação é enquadrar os papéis em valor igual ou superior a R$ 1.
Para os valores atuais, prevê que a organização acontecerá na proporção de 10:1, com dez ações de cada espécie reunidas em uma única ação.
A proposta ainda deverá passar pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE), no dia 29 de abril. Sendo aprovado, o capital social da operadora será revertido de 660 milhões de ações para 66 milhões (64,4 milhões ordinárias e 1,5 milhão preferenciais).
A medida da Oi visa seguir o Regulamento de Emissores da B3 (B3SA3), que determina que a cotação dos valores mobiliários em negociação deve ser mantida no patamar acima ou igual a R$ 1,00.