A Oi (OIBR3) reportou um prejuízo líquido de R$ 3,064 bilhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22), representando uma queda de 36,3% em relação ao prejuízo de R$ 4,813 bilhões do mesmo período do ano passado.
O Resultado da Oi foi divulgado nesta quarta-feira (9), após o fechamento da sessão, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O Ebitda da Oi de rotina, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 168 milhões, montante 88,5% inferior ao registrado no mesmo trimestre de 2021, no valor de R$ 1,4 bilhão.
A operadora também reportou uma margem Ebitda de rotina de 6,1% no 3T22, mostrando uma queda de 26,2 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2021, quando registrou 32,3%.
A soma da receita líquida consolidada foi de R$ 2,770 bilhões, ficando em linha com o segundo trimestre deste ano. Esse montante representa um recuo de 38,7% na comparação com o 3T21.
No entanto, o balanço da Oi no 3T22 destacou que o período foi marcado pelo início de um novo modelo operacional da empresa, com expansão nas receitas do novo core e com seu foco voltado em fibra e na Oi Soluções, que está inserida no segmento de B2B.
Considerando as operações continuadas descritas anteriormente, o total de receitas da Oi no terceiro trimestre deste ano foi de R$ 2,445 bilhões, com crescimento anual de 10%.
A receita com fibra totalizou R$ 1,053 bilhão no 3T22, o que correspondente a uma alta de 30,8% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Já a receita da Oi Soluções foi de R$ 745 milhões, com alta anual de 14,3%.
A receita líquida de telefonia e banda larga em cobre (xDSL) somou R$ 454 milhões entre os meses de julho e setembro de 2022, um recuo de 40,7% na comparação com o 3T21.
A dívida líquida da operadora terminou o terceiro trimestre de 2022 em R$ 18,334 bilhões, uma queda de 38,7% quando comparado a igual etapa do ano passado, quando se registrou R$ 29,899 bilhões.
Operações da Oi no terceiro trimestre de 2022
No relatório de resultados da Oi no 3T22, reportou-se 7,538 milhões de unidades geradoras de receita (UGR) no período, uma expansão de 19,9% na comparação anual. Desse total, 3,780 milhões de unidades são de banda larga, 3,690 milhões de voz fixa e 68 mil se referem ao IPTV.
Ao final de setembro, a Oi tinha 3,824 milhões de casas conectadas com fibra (FTTH), um crescimento de 20,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar disso, foram 146 mil adições líquidas de assinantes de fibra, representando uma quantidade 55,2% inferior à reportada no 3T21, que foi de 146 mil.
Essa desaceleração, segundo a Oi, é explicada pelos ajustes na gestão de aquisição, que aconteceram em meio às condições macroeconômicas atuais, gerando um churn “involuntário” e inadimplência, apesar da estabilidade observada em maio.
“Os esforços da companhia para reforçar seus modelos de política de crédito seguiram mostrando resultados, com uma redução da taxa de churn mensal de -0,5 p.p. quando comparada ao 1T22, período em que o indicador atingiu o seu maior patamar histórico”, aponta o relatório de resultados da Oi no 3T22.
Perspectivas para a Oi, segundo o BTG Pactual
Em seu último relatório de análise sobre a Oi, de 5 de outubro, o BTG Pactual destacou a continuidade dos desafios da empresa mesmo após a venda de seus ativos. Os analistas rebaixaram a recomendação de “compra” para “neutro”, com preço-alvo de R$ 0,40.
Essa revisão reflete “o atraso na conclusão das vendas de ativos (prejudicando sua posição de caixa), um custo de capital mais alto, estimativas de crescimento mais baixas no segmento da ClientCo e resultados piores do que o esperado das negociações da Anatel e da venda da empresa de infraestrutura e ativos móveis”, disseram os analistas do BTG.
Embora a venda dos ativos tenha reduzido a dívida da Oi, esse indicador ainda se encontra em um patamar considerável.
Na visão dos analistas, a situação do fluxo de caixa da Oi está longe de ser confortável. A perspectiva é de queda no capex após a venda de suas divisões de telefonia móvel e infraestrutura, no entanto, se projeta que o consumo de caixa fique relativamente alto por muitos anos.
“Os investimentos para modernizar sistemas e ajustar sua estrutura societária, despesas relacionadas a depósitos judiciais e passivos de fundos de pensão e despesas financeiras volumosas continuam sendo um obstáculo ao fluxo de caixa”, dizem os analistas.
Nesse caso, uma das opções para a Oi, segundo o BTG, seria emitir um título lastreado em sua participação na V.tal, quando houver condições mais favoráveis.
Assim, seria possível utilizá-lo para refinanciar os títulos de 2025. Como a participação da Oi na V.tal é de 35%, este seria um ativo importante para reduzir a alavancagem.