Oi (OIBR3) estende pela 3ª vez prazo de negociação com detentores de títulos
A Oi (OIBR3) decidiu pela terceira vez estender o prazo final para negociação com os detentores de US$ 1,65 bilhão em títulos de dívidas. O novo prazo foi postergado para a próxima quinta-feira (25), às 17h (horário da cidade de Nova York). Antes o prazo era 19 de março.
A tele negocia com os detentores o valor de consent fee, um pedágio pago (valor relativamente pequeno), para aprovarem a mudança na escritura de emissão dos papéis. A aprovação que a Oi busca dos detentores é necessária para adaptar a escritura, feita com base no plano de recuperação judicial, à realidade do novo plano aprovado em setembro do ano passado na Assembleia Geral de Credores (AGC).
A operadora propôs 0,5%, o equivalente a US$ 5 para cada US$ 1 mil de valor dos papéis emitidos. Nesse caso dos US$ 1,65 bilhão emitidos como resultado da reestruturação da dívida da operadora, a tele precisa obter o consentimento da maioria, ou seja, de 51%. Porém, os credores querem mais e por isso instauraram uma negociação. A Oi apenas alterou o prazo de negociação e não mexeu no valor proposto para a consent fee.
De acordo com fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico, não há um número fechado dentro do grupo de credores sobre qual o percentual que deveria ser pago pela tele. Apenas há uma visão geral de que o consent fee proposta pela Oi precisa ser aumentada.
Recuperação da Oi passa pela capitalização da proposta
A operadora pretende resolver as negociações sobre o pedágio antes de seguir com a emissão de debêntures da InfraCo, no montante de R$ 2,5 bilhões e de outra captação, o empréstimo-ponte, de até R$ 5 bilhões previsto no aditamento ao plano de recuperação judicial.
Dessa forma, os credores não aceitaram os valores e atrasaram, com o novo prazo prorrogado, a captação de R$ 7,5 bilhões da operadora por meio de debêntures da InfraCo e do empréstimo-ponte.
O processo em negociação diz respeito diretamente ao aditamento da recuperação judicial, aprovado em 2020. A Oi se comprometeu emitir debêntures e vender parte da InfraCo, braço de infraestrutura da empresa que reúne as operações de fibra ótica, junto a um empréstimo ponte e a venda da operação móvel.