O balanço da Oi (OIBR3) do primeiro trimestre deste ano está previsto para ser divulgado nesta quarta-feira (8).
Com o início da execução do plano de recuperação judicial da Oi aprovado no mês passado, os dados do 1T24 ainda devem refletir a situação desafiadora que a companhia de telecomunicações tem enfrentado.
“É esperado que os relatórios trimestrais destaquem a séria pressão de liquidez, com redução de caixa e aumento do passivo,” prevê Leandro Botelho, gestor CGA e sócio da Ipê Avaliações.
O que esperar do 1T24 da Oi?
Em termos de receita, Botelho explica que não se esperam números muito otimistas.
O consenso do mercado sugere uma possível diminuição tanto em relação ao trimestre anterior (4T23) quanto comparado ao primeiro trimestre de 2023 (1T23), alinhado com a tendência de declínio observada em praticamente todas as linhas de receita da Oi no passado recente.
Vale lembrar que a companhia já enfrentou uma recuperação judicial de 2016 até o final de 2022. Menos de dois meses depois, em março de 2023, a OIBR3 já iniciava o segundo pedido de RJ, que se estendeu em Assembleias e replanejamentos durante os últimos doze meses.
“As únicas áreas em que se vislumbra algum potencial de crescimento ou, pelo menos, estabilidade são a Oi Fibra e a Oi Soluções (ainda que ambas tenham registrado queda no 4T23)”, conta o gestor CGA.
Para os números do Legado – serviços da infraestrutura de cobre, que deixaram de ser a principal fonte de receita da empresa desde 2021 e têm caído vertiginosamente desde então – a expectativa também não é otimista, uma vez que deve continuar “contribuindo negativamente” para a receita.
Nos últimos dois trimestres de 2023, o EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) recorrente da Oi esteve no negativo, mesmo com a redução das operações do Legado, que é o principal fator negativo para a margem.
“É provável que essa situação persista, resultando em uma margem EBITDA negativa ou, na melhor das hipóteses, muito próxima de zero”, comenta Botelho.
O especialista ainda antevê que, somado ao EBITDA ruim e o desempenho operacional fraco, haverá um impacto negativo no lucro líquido devido ao alto custo dos juros das dívidas acumuladas pela empresa.
“Portanto, o cenário mais provável é um aumento do prejuízo e uma deterioração da margem líquida nos números do 1T24″, conclui o gestor.
Nesta segunda-feira (6), as ações OIBR3 mantinham sua cotação estável a R$ 0,73, sem variações no dia, às 12h17 de Brasília.
Na semana, os papéis acumulam alta de 7,35% (+0,05) e no ano, as ações da Oi sobem 15,87% (+0,10).
Cotação oibr3