As ações da Oi (OIBR3) operam em estabilidade no pregão desta sexta-feira (16), com os investidores de olho na continuidade do plano de recuperação da tele. Por volta das 15h, os papéis da companhia eram negociados a R$ 1,63, enquanto o Ibovespa caía a 98.532,41 pontos, com uma queda de 0,53%.
O mercado acompanha de perto o processo de recuperação judificial da Oi, que acontece desde 2016. No mais recente episódio, o juiz da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, autorizou, na última quinta-feira (15), a venda de data centers e torres de telefonia móvel da operadora. Fernando Viana estipulou o leilão para o dia 26 de novembro deste ano e a abertura das propostas está previsto para às 15h.
“No que tange à realização da audiência para abertura dos envelopes, diante das dificuldades ainda ocasionadas pela pandemia da Covid-19, determino que sua realização ocorrerá de forma virtual, por meio de uma das plataformas eletrônicas disponíveis, com envio oportuno do link de acesso aos proponentes que atenderam os termos do edital”, informou o juiz sobre o processo de leilão da companhia.
Dois anos após dar início à recuperação judicial, a Oi aprovou um plano de recuperação com a venda de ativos prevista, porém sem a área móvel da operadora.
Já neste ano, a companhia decidiu modificar o plano para incluir a venda da unidade celular e de uma parte da área de infraestrutura óptica. A mudança no acordo está em fase de negociação com os credores da tele. Para ser aprovada, ela passou por uma votação em assembleia geral e, após isso, foi homologada na Justiça.
Plano de recuperação da Oi é homologado
Viana também foi o responsável pela homologação do novo plano de recuperação da Oi, anunciada no início da última semana. O processo já havia sido aprovado em assembleia de credores, realizada no início de setembro.
Com isso, a tele poderá colocar em prática o novo plano, que prevê a venda de mais de R$ 22 bilhões em ativos, como torres, data centers, redes móveis e metade do negócio de fibra.
O juiz negou os pedidos realizados por instituições financeiras para que a assembleia fosse anulada. Na visão dos bancos, o novo plano da companhia os prejudica ao impor deságio de 55% sobre a dívida a ser quitada. As instituições também alegam que a mudança beneficia os bondholders que tiveram a dívida convertida em ações da Oi após a aprovação do plano de recuperação judicial original.
As redes móveis da Oi interessam às rivas TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro, que formaram um corsórcio para competirem pelos ativos. Caso as empresas adquiram as redes, poderá existir uma concentração de mercado, exigindo uma análise complexa do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que pode levar um ano.