O BTG Pactual (BPAC11) rebaixou a recomendação de compra para as ações da Oi (OIBR3), indo de “compra” para “neutro”, após concluir que o ativo não possui mais potencial de alta.
“Com a venda de grandes ativos encerrada, estamos revisitando o caso de investimento, atualizando nosso modelo e rebaixando a ação para neutro”, diz relatório divulgado nesta quarta-feira (5).
O preço alvo para as ações da Oi foi revisado para baixo, devido ao fluxo de caixa descontado indo para R$ 0,40. De acordo com os analistas do banco de investimentos, o corte reflete a conclusão atrasada da venda de ativos (prejudicando sua posição de caixa), além de custo mais alto de capital, estimativas de crescimento mais baixas, resultados piores do que o esperado sobre as negociações da Anatel e da venda da empresa de infraestrutura e ativos móveis.
Segundo o relatório, a Oi pagou R$ 15,0 bilhões de dívida bruta, cortando o valor bruto da dívida ajustado de R$ 36 bilhões em 2021 para R$ 21 bilhões, que inclui R$ 8,5 bilhões títulos de dívida em dólares para 2025 e R$ 11 bilhões em dívida reestruturada com bancos e ECAs.
Quando ajustado por uma posição de caixa estimada em R$ 4,5 bilhões para a expectativa de 2022, a dívida líquida é ainda considerável. No total, são R$ 16,5 bilhões, caindo para — ainda alto — R$ 15 bilhões, se adicionado o pagamento móvel de R$ 1,4 bilhão sob discussão com a Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro.
Ainda, o BTG afirma que a situação do fluxo de caixa está “longe de ser confortável”. “O Capex deve cair após a venda das divisões de telefonia móvel e infraestrutura, mas o consumo de caixa deve permanecer relativamente alto por vários anos”, destacam.
Isso ocorre devido aos investimentos para modernizar sistemas e ajustar sua estrutura societária, além de despesas relacionadas a depósitos judiciais e passivos de fundos de pensão. Portanto, as despesas financeiras volumosas continuam sendo um empecilho para o fluxo de caixa.
Cotação da Oi
Nesta quarta (5), as ações da Oi caem 6,98%, a R$ 0,40, às 14h15.