Oi (OIBR3): tele pode se tornar insustentável “se nada mudar”, diz CEO
Segundo o CEO da Oi (OIBR3), Rodrigo Modesto de Abreu, a tele brasileira pode perder a capacidade de investimento e se tornar insustentável no longo prazo “se nada mudar”. A companhia espera que sua proposta de adiamento do plano de recuperação judicial, em curso desde 2016, seja aprovado pela assembleia geral de credores. As informações foram reveladas em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, publicada nesta segunda-feira (17).
Caso os credores da operadora aprovem o adiamento no encontro do dia 8 de setembro, a Oi poderá amortizar dívidas e garantir os investimentos futuros, essenciais para a continuidade da empresa.
Alguns dos pontos levantados pela companhia em sua proposta estão a antecipação de pagamentos aos credores, o adiamento de distribuição de dividendos aos acionistas e flexibiliza os descontos nas dívidas. O plano também estima um corte de 50% na dívida de R$ 12 bilhões que a empresa possui junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
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Segundo Abreu, há a expectativa de que o plano seja aprovado e que atenda aos credores. “Existe confiança da nossa parte na possibilidade da aprovação. Fizemos várias modificações para dar segurança a todos. Mas uma empresa só é capaz de dar segurança aos credores se se recuperar de fato.”
O executivo salientou que a empresa vem “indo bem” do lado operacional, controlando custos, mas que o lado financeiro é o que falta para o “negócio se tornar sustentável”. “Sem a aprovação, voltamos para casa e fazemos nova modificação no plano para buscarmos um voto favorável numa assembleia futura. Esperamos que isso não aconteça.”
Oi eleva preço pela InfraCo e recebe ofertas
Na entrevista ao “O Estado de S.Paulo”, Abreu explicou a razão pela qual a tele elevou de R$ 6,5 bilhçoes para R$ 20 bilhões a expectativa de lance mínimo pela operação de fibra óptica da companhia, a InfraCo.
Segundo ele, inicialmente, quando empresas procuraram a Oi para avaliar o custo da obtenção de somente alguns pacotes de dados, a empresa estimava o valor de R$ 6,5 bilhões como mínimo para uma fatia de 25% a 51% no negócio. “De lá para cá, concluímos a fase de receber propostas e chegamos a essa número de R$ 20 bilhões, que é mais interessante”, disse o executivo.
Ele acredita que a empresa que pode chegar a um número ainda maior, “porque a InfraCo é um negócio que já vai nascer grande”. Abreu não especificou o número de propostas veiculantes que já recebeu pela operação, mas diz que “são mais de dez”.
Quando questionado sobre as negociações para a venda da rede móvel, o executivo afirmou que a Oi está “no meio das negociações dos termos de compra e venda, assim como das obrigações que envolvem essa transação”. Abreu disse que a empresa tem uma visão neutra quando a disputa da norte-americana Highline e o consórcio das rivais TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro. “Não tem preferência por oferta A ou B, mas sim a que traga mais valor para a companhia e apresente condições de viabilizar as obrigações assumidas da transação”, pontuou.
O CEO da Oi afirmou que ambas as ofertas são viáveis, mesmo com a chance de veto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no caso da proposta do consórcio das operadoras, ou da inexperiência da Highline no serviço direto ao consumidor final. Segundo ele, devido às discussões acerca dos aspectos concorrenciais e regulatórios, a venda da rede móvel deve ser concretizada no fim do ano que vem.