O Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), fundo de pensão, se associou a um fundo gerido pelo BTG Pactual (BPAC11) para apresentar uma oferta vinculante pela a unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3), a InfraCo. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (12), pela agência de notícias “Bloomberg”.
Em 22 de janeiro deste ano, data marcada para captar as propostas pelos ativos, a Oi também deverá receber ofertas vinculantes da Highline, subsidiária da norte-americana Digital Colony, e da Ufinet, empresa de telecomunicações controlada pela companhia de energia Enel.
O leilão da InfraCo irá ser diferente de como aconteceu em outro leilões, nos quais a operadora se desfez 100% dos ativos. A Oi vai manter uma fatia minoritária na empresa de fibra ótica. Isso porque a tele está redirecionando seu foco para seu negócio mais lucrativo hoje.
Segundo o plano de recuperação judicial, a tele venderá 51% das ações ordinárias, ou seja, ficará com 49%. O comprador terá de pagar o preço mínimo de R$ 6,5 bilhões, assumir dívidas de R$ 2,4 bilhões e investir R$ 5 bilhões na companhia.
Em novembro de 2020, o diretor da operadora, Rodrigo Abreu, disse em teleconferência que a implementação do 5G no Brasil inteiro não será realizada sem a utilização de uma parte significativa da unidade de fibra da Oi. O ativo conta com 400 mil quilômetros de fibras óticas no País, e por isso atrai interessados para o leilão da InfraCo.
Segundo o analista da SUNO Research, Rodrigo Weinberg, esse segmento é tão importante para tele que expressa também o crescimento da companhia. “Há dois anos atrás a Oi tinha 100 mil clientes, ano passado o número era de 700 mil. Hoje a rede de fibra ótica da Oi possui cerca de 2 milhões de clientes. Crescimento exponencial”, comentou Weinberg à matéria especial “Oi está de cara nova: vale a pena investir?”.
A operadora tem sido destaque no mercado acionário devido a venda dos ativos por meio de leilões. Em meados de 2020, a tele se desfez das torres e data centers. E, no mês passado, a Oi realizou o leilão de telefonia móvel que foi arrematado pelo consórcio formado pela Vivo (VIVT3), Tim (TIMS3) e Claro.
Oi terá capex de R$ 7 bilhões em 2021, foco na InfraCo
Em teleconferência do ano passado, o diretor informou que para este ano o capex está previsto em R$ 7 bilhões. Segundo Abreu, maior parte desses recursos serão destinados para a InfraCo, “todos os anos colocamos uma alocação de capex maior para fibra”.
Na análise do diretor, esse valor segue o modelo de investimento. “Quando olhamos para esses mais de R$ 7 bilhões de capex identificamos que todos os anos estamos aumentando a porcentagem de fibra e ano que vem não será exceção”.
“A nossa ideia é que consigamos financiar esse capex já com a própria infraestrutura da InfraCo. Há vários modelos que nos permitem pensar nisso. O que estamos fazendo não é só aumentar o capex mas também a eficiência desse investimento”, completou o diretor da Oi.