O leilão de data centers e torres de telefonia móvel da Oi (OIBR3; OIBR4), em recuperação judicial, acontece na próxima quinta-feira (26). A abertura das propostas está previsto para às 15h e acontecerá na sala de audiências da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Segundo o jornal “Valor Econômico”, apenas a Highline Brasil apresentou uma proposta pelos ativos da operadora.
Os ativos leiloados pela Oi têm uma rede de 388 mil quilômetros de fibra ótica e cobertura em 2,3 mil cidades do país. A estrutura possui uma rede neutra de transmissão de dados, o que pode atender as operadoras nacionais ou regionais, além do principal cliente que é a própria Oi. O ativo também poderá dar suporte à tecnologia 5G no futuro. A tele avalia sua rede fixa em R$ 20 bilhões
Em julho, a Highline Brasil apresentou a operadora uma proposta para a compra da Unidade Produtiva Isolada (UPI) de Torres, uma das cinco que a operadora colocou à venda, por R$ 1,067 bilhão.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, o prazo para formalização das ofertas para o leilão se encerraram em 19 de novembro, um mês após a publicação do edital. Portanto, as fontes que acompanham o processo informaram que apenas uma proposta foi entregue.
A Highline é controlada pelo fundo norte-americano Digital Colony, especialista no ramo de infraestrutura digital, com mais de US$ 20 bilhões em investimentos globais no setor. A subsidiária é desconhecida do grande público já que não atende o consumidor final — ela opera com apenas com a infraestrutura de telecomunicações, como redes e antenas, as quais são contratadas pelos provedores.
A estratégia da empresa é ocupar o posto de maior operadora de redes neutras do Brasil. Por esse motivo, o interesse na aquisição do ativo da Oi que possui a maior capilaridade entre as grandes teles. A Highline também está montando seu portfólio de fibra com aquisição de operadoras regionais.
Venda de ativos da Oi
A Justiça já datou os dois leilões da Oi. O primeiro de torres e data centers está marcado para acontecer amanhã e o segundo, da operação de telefonia móvel, está previsto para 14 de dezembro.
A operadora estima arrecadar R$ 26,9 bilhões com a venda de cinco grandes blocos de ativos. Ademais, R$ 16,5 bilhões é o valor proposto pelo consórcio formado pelas operadoras Vivo (VIVT4), Tim (TIMS3) e Claro pelos ativos de telefonia móvel.
Em setembro, após a reunião de novo plano de recuperação judicial, ficou acordado a venda de redes móveis, torres, data centers e parte da rede de fibra ótica. Os recursos obtidos por meio dos leilões da Oi serão destinados a pagamentos antecipado de dívidas, com cortes dos valores na faixa de 50% a 55%.
Com a venda desses ativos a empresa vai encolher. Por outro lado, vai focar em um segmento que será mais rentável para ela. Os analistas consultados para a matéria “Vale a pena comprar Oi?”, apontam que a Oi caminha para a retomada da lucratividade.