A Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp) se posicionou sobre a venda dos ativos de telefonia móvel da Oi (OIBR3;OIBR4) na última segunda-feira (14), compradas em conjunto por Telefônica (VIVT3), Tim (TIMS3) e Claro.
A entidade afirma que a incorporação dos ativos da Oi pelos três grandes grupos é “um movimento forte de concentração de mercado e retrocesso para a competição”. “No mercado convergente, que em pouco tempo será balizado por licenças únicas, as estruturas que suportam serviços móveis e fixos, tendem a ser as mesmas em larga medida”, continua a TelComp.
Para a associação, a maior concentração no serviço móvel, na prática, afeta a competição no setor de telecomunicações como um todo.
A entidade lembra que na semana passada, o conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) impediu as grandes empresas de conseguirem renovações automáticas de outorgas para uso de rádio frequências por “valores módicos”, e que a agência reguladora tem reportado ociosidade nestas frequências, o que tende a aumentar a concentração de mercado.
Para a TelComp, o leilão 5G vai exacerbar essa concentração, que já foi inclusive objeto de alerta pela OCDE em relatório de avaliação das condições das telecomunicações.
Por fim, a associação trata sobre a consulta pública do Wi-Fi 6e, que vai complementar a tecnologia 5G. “É um movimento importante, permitindo diversas novas aplicações e modelos de negócios diferenciados. Em posição oposta, estão aqueles que preferem também deixar estas radio frequências utilizadas abaixo do potencial, visando, possivelmente, controlá-las também no futuro”, completa a TelComp.
Consórcio de Claro, Tim e Telefônica leva leilão da Oi
Ontem, o consórcio formado por Claro, Tim e Telefônica arrematou a área de telefonia móvel da operadora em leilão. A expectativa do mercado para o leilão da Oi é que o consórcio pague R$ 16,5 bilhões pelo ativo da tele.
A compra ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O SUNO Notícias mostrou que os agentes do mercado não esperavam novas propostas pela parte de telefonia móvel. Isso ocorria pois as operadoras já garantiram presença nos leilões do 5G e devem garantir faixas de operação para essa tecnologia.
Assim, como a Oi não entrou no leilão do 4G, em 2014, qualquer outra operadora que se interessasse pelos ativos teria que desembolsar outras quantias bilionárias para conseguir frequências da tecnologia no próximo leilão do 5G, o que encareceria ainda mais o negócio.
Com informações do Estadão Conteúdo.