Oi (OIBR3) prorroga prazo de negociação com detentores de títulos de dívida
A Oi (OIBR3) prorrogou o prazo de vencimento de sua solicitação de consentimento aos detentores de US$ 1,65 bilhão em títulos da dívidas para o dia 19 de março, às 17h (horário de Nova York). O pedido é em referência à aprovação dos credores para a mudança na escritura de emissão dos papéis. O prazo anterior terminou na quinta-feira (11).
A aprovação que a Oi busca dos detentores dos títulos é necessária para adaptar a escritura, feita com base no plano de recuperação judicial, à realidade do novo plano aprovado em setembro do ano passado na Assembleia Geral de Credores (AGC).
Segundo o jornal Valor Econômico, a negociação entre a operadora e os credores é em relação ao consent free, um pedágio pago (valor relativamente pequeno) aos detentores para aprovarem a alteração. A Oi propôs 0,5%, o equivalente a US$ 5 para cada US$ 1 mil de valor dos papéis emitidos.
Nesse caso dos US$ 1,65 bilhão emitidos como resultado da reestruturação da dívida da operadora, a tele precisa obter o consentimento da maioria, ou seja, de 51%. Porém, os credores querem mais e por isso instauraram uma negociação. A Oi apenas alterou o prazo de negociação e não mexeu no valor proposto para a consent free, segundo o veículo.
Além disso, a operadora pretende resolver as negociações sobre o pedágio antes de seguir com a emissão de debêntures da InfraCo, no montante de R$ 2,5 bilhões e de outra captação, o empréstimo-ponte, de até R$ 5 bilhões previsto no aditamento ao plano de recuperação judicial.
Dessa forma, os credores não aceitaram os valores e atrasaram, com o novo prazo prorrogado, a captação de R$ 7,5 bilhões da operadora por meio de debêntures da InfraCo e do empréstimo-ponte.
Recuperação da Oi passa pela capitalização proposta
O processo em negociação diz respeito diretamente ao aditamento da recuperação judicial, aprovado em 2020. A Oi se comprometeu emitir debêntures e vender parte da InfraCo, braço de infraestrutura da empresa que reúne as operações de fibra ótica, junto a um empréstimo ponte e a venda da operação móvel.
Segundo a recuperação judicial da tele, os financiamentos visam dar suporte à companhia para que dívidas sejam honradas. No caso da InfraCo, o plano prevê a venda de 51%, enquanto a captação de recursos para a área móvel serviria para a continuidade das operações ao longo da aprovação da recuperação pelos órgãos reguladores.
Na semana passada, a superintendência geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) disse que estabelecerá um procedimento administrativo para apuração de concentração de mercado, que resultaria dos negócios da Oi na alienação de seus ativos. O pedido de revisão foi feito pela operadora mineira Algar.