A nova recuperação judicial da Oi (OIBR3) já começa com um suporte importante da V.tal, uma das principais subsidiárias da companhia. A empresa de rede neutra de fibra óptica ofereceu um desconto de 50% nas obrigações futuras do negócio.
Segundo o fato relevante apresentado ao mercado na semana passada, a V.tal disponibilizou uma “proposta firme de apoio ao plano, no que diz respeito aos seus créditos relacionados ao acordo de cessão de direito de uso de longo prazo ‘take-or-pay’“.
Essa iniciativa corresponde aos créditos da Globenet e, dessa forma, as obrigações futuras de pagamento da Oi neste caso serão reduzidas pela metade.
“Esta proposta será analisada pela companhia, pois potencialmente indica uma redução muito significativa dos passivos não-financeiros futuros da Oi, sendo alinhada com os objetivos do plano de reestruturação”, destacou a companhia no material disponibilizado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o presidente da Oi, Rodrigo Abreu, celebrou essa iniciativa:
É uma boa equação para as duas empresas. Para a Oi, isso quer dizer uma redução brutal de saída de caixa futura.
A dívida bruta da Oi está avaliada em cerca de R$ 33 bilhões e, com o novo plano de recuperação judicial, deve cair para os R$ 15 bilhões. “Acreditamos que será um plano preparado rapidamente e sem muita dificuldade para aprovação. A expectativa é partir para um plano de recuperação já pré-acordado”, afirmou o executivo.
Oi: Segunda recuperação judicial
Menos de três meses após o término da recuperação judicial da Oi, a companhia voltou à Justiça e protocolou um novo pedido de RJ na última quarta (1º).
“O ajuizamento do pedido de recuperação judicial é um passo crítico na direção da reestruturação financeira e busca da sustentabilidade de longo prazo da companhia e de suas subsidiárias”, disse a companhia no comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A empresa de telecomunicações informou ao mercado que tem em mãos um potencial empréstimo DIP de US$ 275 milhões.
No financiamento DIP, as instituições que emprestam esse dinheiro “furam a fila” e passam na frente dos demais credores na hora dos pagamentos das dívidas.
A primeira recuperação judicial da empresa listada na Bolsa com o ticker OIBR3 começou em 2016 e terminou no final do ano passado. Assim, a empresa conseguiu reduzir as dívidas de R$ 90 bilhões, em valores atualizados, para R$ 33 bilhões.