Nova recuperação judicial da Oi (OIBR3) pode ser “muito mais rápida”; entenda
A Oi (OIBR3) protocolou um novo pedido de recuperação judicial menos de três meses após o término do primeiro processo, que durou seis anos. Contudo, essa nova tentativa de acertar suas contas com o suporte da Justiça pode ser “muito mais rápida”. Ao menos, é o que espera Rodrigo Abreu, CEO da empresa de telefonia.
Em entrevista publicada em fevereiro no jornal O Globo, Abreu disse que estava no radar da empresa a negociação dos débitos de maneira consensual “seja por meio de recuperação judicial ou extrajudicial”.
Mas seria muito diferente do primeiro processo, porque seria um processo consensual e basicamente para reconhecer toda a reestruturação da dívida financeira. Então, é muito mais rápido.
Ou seja, a nova recuperação judicial da Oi tem como objetivo amarrar o trabalho já feito ao longo dos últimos anos, e não recomeçar um processo do zero.
A primeira recuperação judicial da Oi começou em 2016 e terminou no final do ano passado. Assim, a empresa conseguiu reduzir as dívidas de R$ 90 bilhões, em valores atualizados, para R$ 33 bilhões.
“O processo de recuperação da Oi, no entanto, ainda que cumprido à risca até aqui, não está completo e precisa de ações adicionais, sobretudo por causa de condições exógenas e não controláveis inerentes a qualquer plano de longo prazo, como a deterioração do ambiente macroeconômico, um declínio em ritmo ainda mais acelerado das receitas de telefonia fixa e impactos de obrigações do passado”, afirmou a companhia em comunicado à imprensa.
Oi e suas dívidas bilionárias
De acordo com Abreu, um dos principais problemas da dívida da Oi é que dois terços dela estão atrelados em dólar.
“Se você tem um aumento muito significativo na curva de juros e do câmbio, há um impacto, obviamente, no plano da companhia”, entregou Abreu.
Durante a primeira recuperação judicial, a então gigante das telecomunicações vendeu ativos como as operações de telefonia móvel e infraestrutura. Contudo, ainda com dívidas bilionárias, a V.tal é vista como uma boia de salvação para o fim desta longa crise.
“Vamos lembrar que um grande ativo que a companhia ainda tem e que, no futuro, a liquidez desse ativo seria importante para renegociar a dívida é a própria participação da Oi na V.tal. No futuro não se descarta que uma liquidez da V.tal ajude a fazer uma resolução definitiva das dívidas futuras da companhia”, detalhou o executivo na ocasião.
De acordo com o mapeamento do Status Invest, as ações OIBR3 fecharam o pregão de quarta (1º), antes da divulgação da nova recuperação judicial, em alta de 0,50%, ao preço de R$ 2,03. Como as ações da Oi possuem um valor baixo, qualquer oscilação positiva ou negativa é acentuada em valores percentuais.