A Oi (OIBR3) pode levantar R$ 22,82 bilhões com a venda de ativos, a partir do mês de outubro. O valor foi estimado pela empresa em uma proposta aditiva a do seu plano de recuperação judicial. O objetivo principal da Oi, com isso, é levantar recursos para quitar dívidas e investir em fibra ótica. O diretor-presidente da companhia, Rodrigo Abreu, detalhou este plano da empresa, na última terça-feira (16), em teleconferência com analistas.
A Oi informou que tem como objetivo criar unidades produtivas isoladas (UPIs) para dar melhores condições a alienações previstas pela empresa, que incluem a separação da rede móvel e fixa e a venda de torres e data center. “Se não existisse a figura das UPIs, qual seria o problema? Você teria um ativo vendido que em tese estaria vinculado, amarrado, a todas as obrigações do plano de recuperação”, disse Abreu.
A Oi estima que o seu conjunto de ativos de telefonia móvel pode valer cerca de R$ 15 bilhões, no valor considerado mínimo. A empresa de infraestrutura que a Oi prevê criar em breve, chamada de Infra Co, pode render a Oi um valor de R$ 6,5 bilhões, ao menos.
De acordo com Abreu, a separação estrutural irá permitir um crescimento de mercado para a operadora, pois haverá uma utilização mais eficiente dos investimentos. “A empresa de infraestrutura em si, ela tem um potencial econômico de ser uma empresa de valor equivalente, em enterprise value [valor de mercado somado à dívida líquida], de múltiplos de dezena de bilhões de reais”, destacou Abreu.
A Oi visa a criação de outra companhia, além da Infra Co. Com a segregação dos negócios, a tele faria uma segunda empresa independente. O nome deste outro braço da empresa seria Oi Client Co, e seria destinado a prestação de serviços a todos os clientes, desde pessoas em residências até empresas.
Na teleconferência com analistas, realizada na última terça-feira (16), Rodrigo Abreu disse que um dos focos da Oi com essas novas medidas é permitir que cada parte da empresa fique voltada ao seu segmento de atuação específico, desde o mercado de atacado, como a Infra Co, até o cliente final, como a Oi Cliente Co.
