Com dívida de R$ 35 bilhões, Oi (OIBR3) pode sofrer intervenção da Anatel
A recuperação judicial da Oi (OIBR3) não foi suficiente para tirá-la do caos financeiros. Segundo informações divulgadas nesta sexta (3), a empresa soma dívidas de R$ 35 bilhões e pode sofrer uma intervenção direta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, caso a intervenção ocorra, a agência assumiria o comando da Oi e toda a diretoria da empresa seria afastada.
Uma fonte da alta cúpula da Anatel disse ao Estadão que, em uma escala de zero a dez, a chance hoje dessa intervenção é de “seis”. Rodrigo de Abreu, presidente de Oi, deve ser chamado pela agência para prestar esclarecimentos nos próximos dias.
A Anatel quer entender qual é o objetivo da Oi com a tutela de urgência cautelar concedida pela Justiça nas últimas horas.
No documento, a empresa de telecomunicações argumentou que tentou chegar a um acordo com os credores para refinanciar as dívidas de R$ 29 bilhões, mas não obteve sucesso até o momento. Na prática, a empresa visa evitar o bloqueio das contas e bens para a quitação de dívidas. Procurada pelo Estadão, a Oi preferiu não se manifestar.
Oi: O que está acontecendo?
No documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Oi argumentou que a tutela de urgência “configura a medida mais adequada, neste momento, para proteger a companhia e suas subsidiárias contra execução/exigibilidade de créditos e de excussão de garantias”.
Um dos questionamentos feitos pela autarquia foi sobre o endividamento da Oi, que concluiu seu processo de recuperação judicial no final do ano passado. Contudo, a mudança estratégica do negócio rumo ao setor de fibra ótica não foi suficiente para quitar todos os débitos.
O resultado gerado pelo negócio de fibra ótica, em que pese o crescimento que tem sido experimentado, ainda não é suficiente para permitir o equacionamento de obrigações pecuniárias anteriores, o que impõe a necessidade de se reestruturar a estrutura de capital da companhia.
No documento, a empresa admitiu que pode pedir mais uma recuperação judicial devido a dívida bilionária.
Simultaneamente ao imbróglio jurídico, a Oi vive outra confusão: a pedido dos acionistas Templo Capital, Victor Adler e VIC DTVM, foi convocado uma assembleia geral extraordinária para 6 de março.
Entre as pautas da assembleia, estão pedidos para a destituição do atual Conselho de Administração da Oi e a mudança no número de integrantes desta equipe do alto escalão: de sete para nove membros titulares
Ações da Oi
Em meio a esse caos, as ações da Oi fecharam o pregão de quinta (2) em queda de 31,78%, ao preço de R$ 1,61, de acordo com o mapeamento do Status Invest.
Por volta das 11h20 do Ibovespa hoje desta sexta, as ações eram operadas em alta de 2,48%, ao preço de R$ 1,65.
Na quarta (1º), os papéis da Oi valiam R$ 2,36. Mesmo após o grupamento, como o valor das ações é baixo, qualquer variação positiva ou negativa torna-se acentuada em valores percentuais.