Oi (OIBR3) conclui a venda da V.tal para BTG (BPAC11) por R$ 12,9 bilhões
A venda da unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3), a V.tal, para o BTG Pactual (BPAC11) em conjunto com a Globenet Cabos Submarinos, por R$ 12,9 bilhões chegou ao fim nesta sexta-feira (10)
A proposta foi homologada como vencedora pelo Juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro em procedimento competitivo judicial realizado em conformidade com o aditamento ao plano de recuperação judicial, aprovado pelos credores e homologado por aquele juízo em 5 de outubro de 2020.
Com as renegociações de contrato, os novos investidores assumem 51% da subsidiária, para, após implementadas algumas etapas, passarem a deter, antes de quaisquer ajustes de preço, ações representativas de 57,9% do capital social votante e total da V.tal.
Após a conclusão de outros requisitos, como resultado de mais negociações, as partes concordaram em efetuar ajustes de preços limitados a 7,38% do total de ações representativas do capital social total e votante da V.tal – o que levaria o BTG a aumentar sua participação a 65,28%.
A venda aconteceu por meio do leilão em julho do ano passado e a operadora acertou com as empresas que permaneceria com 42,1% da subsidiária.
A aprovação da venda da Oi recebeu a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em outubro do ano passado, e a anuência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em maio deste ano.
A venda da V.tal tem como objetivo reduzir as dívidas da Oi, conforme o seu processo de recuperação judicial.
Entenda a recuperação judicial da Oi
O maior processo de recuperação judicial já ocorrido no Brasil iniciou em 2016, quando a Oi tinha dívidas no valor de R$ 65,4 bilhões. Em 2020, a Justiça aprovou a divisão dos ativos da companhia em cinco Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), colocadas à venda.
As 5 UPIs foram:
- UPI TVCo
- UPI Torres – A venda foi realizada para a Highline por um valor de R$ 1,06 bilhão
- UPI Data Center – Vendida para a Titan no valor de R$ 325 milhões
- UPI Ativos Móveis -Vendida para o consórcio (TIM, Vivo e Claro) por R$ 16,5 bilhões
- UPI V.tal (InfraCo) – Vendida aos fundos do BTG Pactual por R$ 12,9 bilhões
Em junho de 2021 a dívida bruta da Oi era de R$ 29,1 bilhões e o total a ser arrecadado pela empresa na alienação das Unidades Produtivas Isoladas (UPIs) totaliza cerca de R$ 30,8 bilhões.
É válido lembrar que a operadora conseguiu um desconto de 54,9% em suas dívidas com a Anatel. Com isso, o total da dívida da Oi passou de R$ 20,2 bilhões para R$ 9,11 bilhões. Mas, considerando os depósitos judiciais já efetuados pela operadora nos últimos anos, a Anatel deve receber agora o montante de R$ 7,33 bilhões.
Apesar do descontão, o mercado avaliou o desfecho da Oi pior do que o esperado. Pela legislação revisada, utilizada pelo BTG Pactual para fazer as estimativas, o desconto na dívida poderia chegar a 70% “Embora reduzir um passivo de R$ 20,2 bilhões para R$ 7,3 bilhões não possa ser considerado um mau negócio, é pior do que nós (e o mercado, acreditamos) esperávamos”, diz o relatório do banco de investimentos.
Última cotação
Na última sessão, quinta-feira, a Oi encerrou o pregão em queda de 1,64%, negociada a R$ 0,60.