Em meio à segunda recuperação judicial da Oi (OIBR3) e um prejuízo quase cinco vezes maior no quarto trimestre de 2022 (4T22) ante o terceiro trimestre de 2022 (3T22), os analistas da Genial Investimentos mudaram de ideia e acreditam que chegou a hora de vender esses papéis. Nesta terça (23), os analistas Antonio Cozman, Felipe Mattar e Iago Souza disseram que os números da empresa foram novamente decepcionantes e, por isso, chegou a hora de desistir do investimento.
“A empresa apresentou mais um resultado decepcionante, abaixo das nossas expectativas. Porém, é positivo o fato de a recuperação judicial ter sido aprovada pelo conselho. No entanto, devido à atual situação da empresa, com baixa geração de caixa e perspectivas incertas para o futuro, além de uma relação dívida líquida/Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 48,2x, estamos alterando nossa recomendação de ‘manter’ para ‘venda’ e reduzindo o preço-alvo de R$ 2,30 para R$ 1,40″, ressaltaram os especialistas em relatório.
O trio destacou que as despesas financeiras da empresa de telecomunicações foram beneficiadas pelo impacto positivo do câmbio.
“Resultado poderia ser melhor. A Oi apresentou um prejuízo de R$ 17,7 bilhões, porém a maior parte desse prejuízo é devido aos itens não recorrentes. Se excluirmos o impacto dos itens não recorrentes, a empresa apresentaria um prejuízo de R$ 3,4 bilhões”, detalharam eles.
Nos últimos seis meses os papéis da companhia desvalorizaram mais de 50%. As ações da companhia estão cotadas no intradia desta terça a R$ 2,46, com queda de 1,60%.
Cotação OIBR3
Oi no 4T22
Após adiar a apresentação dos seus resultados, confira os principais números do balanço da Oi no 4T22:
- Receita líquida da Nova Oi: R$ 2.321 bilhões, alta de 5,6% ante 4T21;
- Ebitda: prejuízo de R$ 15.165 bilhões — no 4T21, lucro havia diso de 110 milhões;
- Resultado líquido: prejuízo de 17.663 bilhões, aumento de 476,5% ante 4T21;
Em teleconferência após a divulgação dos números, o CEO da companhia telefônica, Rodrigo Abreu, citou por diversas vezes as expectativas em torno da reestruturação da companhia e da redução da sua dívida financeira — o débito encontra-se na casa dos R$ 30 bilhões.
A perspectiva da gestão da Oi é de um corte de 50% no valor de face relativo à dívida financeira, com o curso do plano de desinvestimentos atual e também as questões operacionais da empresa. O ‘alvo’ é fruto de novas perspectivas após a aprovação do novo plano de recuperação judicial, na última sexta (19).