Oi (OIBR3): Highline defenderá proposta em reunião com Anatel, diz jornal

Os representantes da norte-americana Highline no Brasil irão se encontrar o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para defender sua proposta de compra pela operação móvel da Oi (OIBR3). Segundo informações do jornal “O Estado de S.Paulo”, a reunião acontecerá nos próximos dias, enquanto a empresa disputa os ativos da tele brasileira junto ao consórcio formado entre TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro.

Segundo o jornal, o encontro faz parte do lobby das empresas que têm interesse na Oi Móvel para com órgãos públicos. A operação da companhia engloba 33,9 milhões de clientes (cerca de 16% do mercado), e em sua maioria são planos pré-pagos. Independentemente de quem vença a disputa, o negócio passará pela averiguação tanto da Anatel como do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Na noite da última sexta-feira (7), a Oi informou que fechou a exclusividade das negociações com o consórcio formado pelas rivais. De acordo com o fato relevante, o acordo tem como objetivo “a negociação exclusiva com as proponentes da oferta vinculante revisada, apresentada conjuntamente pelas empresas”. As operadoras enviaram, em meados de julho, uma oferta de pelos ativos da tele.

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Na prática, isso significa que o consórcio de operadoras e a Oi seguirão negociando os termos financeiros e operacionais da proposta com caráter preferencial. Enquanto isso, a Anatel julga que a trajetória para que a Oi garanta sua sobrevivência, considerando o cenário pós-recuperação judicial, ainda é de “alto risco”.

Isso porque o órgão enxerga o passivo de multas devidas pela tele à agência como uma das principais incertezas em relação ao plano da companhia. Outro ponto destacado pela Anatel é o tratamento dos bens da concessão da Oi. Segundo a agência, eles trazem implicações referentes a estratégia de separação da empresa em unidades produtivas isoladas (UPIs). As informações foram publicadas pelo jornal “Valor Econômico” na última segunda-feira (10).

A Highline, por sua vez, é controlada pelo fundo norte-americano Digital Colony, especialista no ramo de infraestrutura digital, com mais de US$ 20 bilhões em investimentos globais no setor. A subsidiária é desconhecida do grande público já que não atende o consumidor final — ela opera com apenas com a infraestrutura de telecomunicações, como redes e antenas, as quais são contratadas pelos provedores.

Em função disso, agentes do mercado brasileiro levantaram dúvidas acerca da capacidade da empresa em prestar serviços de telefonia e internet móvel caso vença a disputa pela Oi Móvel. Especula-se que a Highline teria interesse na aquisição das redes para depois ofertá-las às operadoras.

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Jader Lazarini

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