A recuperação judicial da Oi (OIBR3) foi encerrada na última quarta (14), com determinação da Justiça do Rio. Para os analistas, a notícia é boa, mas não o suficiente. Enquanto isso, os papéis da companhia chegaram a registrar altas superiores a 70% no pregão desta quinta (15).
Por serem consideradas penny stocks, papéis que são negociados abaixo de R$ 1, as ações da Oi apresentam alta volatilidade na bolsa de valores. Por volta das 14h45, os tickers OIBR3 e OIBR4 operavam em alta de 35,2% e 77,2%, respectivamente, segundo o Status Invest. Essas altas equivalem a um aumento de R$ 0,06 e R$ 0,34 nas ações, respectivamente.
Os papéis da Oi fecharam em alta de 29,41%, cotados a R$ 0,22.
Além disso, durante a manhã desta quinta, as ações ordinárias da Oi já haviam registrado R$ 60 milhões em volume de negociação, valor quase dez vezes maior do que os papéis tinham conseguido marcar no pregão de quarta (14).
O fim da recuperação judicial da Oi foi decretado pelo juiz Fernando Viana na quarta (14).
“Com o encerramento da recuperação judicial, e composição de seu bilionário endividamento, a gigante de telecom nacional ingressa hoje em sua nova fase, focada em modernos serviços digitais, com perspectiva de ser importante gerador de caixa e de empregos, de relevante atuação social”, escreveu o magistrado na decisão judicial.
O Administrador Judicial da Oi deverá realizar a prestação de contas da empresa no prazo de 30 dias e, em 90 dias, a apresentação do quadro geral de credores “rerratificado” também deverá ser feita.
A empresa entrou em recuperação judicial em 2016, com dívidas de R$ 65 bilhões e 55 mil credores. Seis anos depois, a dívida bruta da Oi caiu quase três vezes e somava R$ 21,92 bilhões em setembro deste ano.
Fim da recuperação judicial da Oi: análises
Para o analista da Guide Gabriel Araujo Gracia, o impacto do fim da recuperação judicial da Oi foi neutro, pois o mercado já esperava por essa decisão.
“Apesar disso, a companhia ainda apresenta cerca de R$ 22 bilhões em dívida e, após o fim da recuperação judicial, esse montante pode ser solicitado juridicamente pelos seus credores”, recordou ele.
O time do BTG Pactual (BPAC11) manteve a recomendação do papel como neutra e argumentou que o fim da recuperação judicial é um marco importante pra companhia.
“Mas não é necessariamente bom para as operações da empresa e seu fluxo de caixa”, destacou o banco de investimentos no relatório assinado por Carlos Sequeira e equipe.
Enquanto isso, os analistas da XP Investimentos disseram que a Oi não deveria compor o Ibovespa no próximo rebalanceamento de janeiro. “Entretanto, a Oi já anunciou a aprovação de um grupamento, cujas negociações devem iniciar em janeiro. Portanto, ficaremos de olho no papel para inclusão no rebalanceamento de abril de 2023”, afirmaram os especialistas da casa.