Oi (OIBR3) usa estratégia da Americanas (AMER3) em negociação com credores durante nova recuperação judicial; entenda
Enquanto tenta dar início à segunda recuperação judicial, a Oi (OIBR3) recorreu a uma estratégia utilizada pela Americanas (AMER3) durante a sua atual crise: o empréstimo DIP (debtor-in-possession). Segundo informações divulgadas na quinta (2), a operadora de telecomunicações está em negociações finais para conseguir um crédito de US$ 300 milhões.
De acordo com fontes da Bloomberg, além do DIP de US$ 300 milhões, a empresa também discute com os credores para receber cerca de mais R$ 4 bilhões após a aprovação do novo plano de reestruturação da dívida.
Esses financiamentos ainda não estão concluídos e os valores que serão emprestados para a Oi podem ser alterados ligeiramente, segundo os interlocutores.
Na noite de quinta, a empresa de telecomunicações informou ao mercado que tem em mãos um potencial DIP de US$ 275 milhões. Além disso, a empresa conseguiu um acordo com parte dos seus credores e recebeu uma proposta da V.tal para apoiá-la no novo plano de recuperação.
“A companhia acredita que a proposta de reestruturação irá melhorar de forma abrangente o seu balanço patrimonial e proporcionar valor a longo prazo a todos os seus stakeholders”, ressaltou a empresa no comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
No financiamento DIP, as instituições que emprestam esse dinheiro “furam a fila” e passam na frente dos demais credores na hora dos pagamentos das dívidas.
Atualmente, a Americanas conta em caixa com um DIP de R$ 1 bilhão feito pelos acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
Oi e sua nova recuperação judicial
Menos de três meses após o término da recuperação judicial da Oi, a companhia voltou à Justiça e protocolou um novo pedido de RJ na última quarta (1º).
“O ajuizamento do pedido de recuperação judicial é um passo crítico na direção da reestruturação financeira e busca da sustentabilidade de longo prazo da companhia e de suas subsidiárias”, disse a companhia no comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Contudo, essa nova tentativa de acertar suas contas com o suporte da Justiça pode ser “muito mais rápida”. Ao menos, é o que espera Rodrigo Abreu, CEO da empresa de telefonia. Em entrevista publicada em fevereiro no jornal O Globo, o executivo adiantou que estava no radar da empresa a negociação dos débitos de maneira consensual “seja por meio de recuperação judicial ou extrajudicial”.
Mas seria muito diferente do primeiro processo, porque seria um processo consensual e basicamente para reconhecer toda a reestruturação da dívida financeira. Então, é muito mais rápido.
Ou seja, a nova recuperação judicial da Oi tem como objetivo amarrar o trabalho já feito ao longo dos últimos anos, e não recomeçar um processo do zero.
A primeira recuperação judicial da Oi começou em 2016 e terminou no final do ano passado. Assim, a empresa conseguiu reduzir as dívidas de R$ 90 bilhões, em valores atualizados, para R$ 33 bilhões.