A Oi (OIBR3) anunciou na noite da última quinta-feira (18), por meio de fato relevante, a emissão de debêntures conversíveis com garantia real pela Brasil Telecom Comunicação Multimídia (BTCM). A BTMC é uma subsidiária integral da operadora que foi constituída como a unidade de infraestrutura de fibra do grupo (InfraCo), e está captando até R$ 2,5 bilhões com esta emissão.
O financiamento tem como objetivo apoiar a expansão da rede FTTH (fibra até a residência, na sigla em inglês) da InfraCo e a implantação contínua da maior rede de infraestrutura de fibra ótica do país. Os recursos do financiamento também apoiarão a separação estrutural da Oi e da InfraCo, conforme aprovado no aditamento ao plano de recuperação judicial da empresa.
As debêntures vencerão em 24 meses contados da data de emissão. Os títulos serão conversíveis em ações preferenciais resgatáveis, representativos da maioria das ações com direito a voto da emissora. As debêntures deverão ser subscritas e integralizadas até o dia 15 de abril de 2021.
Os títulos terão seu valor unitário atualizado pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais juros remuneratórios de 11% ao ano com garantias pela BTCM. A subscrição das debêntures será liderada pela Brookfield, líder global em gestão de ativos alternativos.
“A emissão das debêntures garante significativo capital para os investimentos previstos este ano na InfraCo, dando suporte ao processo contínuo de expansão da fibra traçado em nosso plano estratégico de transformação”, disse o CEO da Oi, Rodrigo Abreu.
Brookfield liderará a emissão de debêntures da Oi
A subscrição das debêntures será liderada pela Brookfield, com participação do fundo global de investimentos Farallon Capital Management e da Prisma Capital.
A Brookfield tem aproximadamente US$ 600 bilhões (cerca de R$ 3,2 bilhões) em ativos sob sua gestão em mais de 30 países, incluindo investimentos de longo prazo em infraestrutura, imobiliário, energia renovável, private equity e crédito. A Brookfield está investindo na transação por meio do seu programa de Special Investments.
“Para a Oi, a participação de duas companhias de investimento líderes globais no financiamento da InfraCo demonstra que o mercado reconheceu o enorme potencial do modelo de rede neutra que desenhamos a partir da nossa proposta de separação estrutural”, destaca Abreu.
Para a Brookfield a parceria com a operadora tem como objetivo torná-la a plataforma de infraestrutura digital dominante no Brasil.
“A Oi está no centro da adoção e da demanda crescente no país por maior intensidade de fibra e esperamos aproveitar a nossa longa história de investimentos em infraestrutura e relacionamentos no Brasil para apoiar esse crescimento”, disse o sócio-gerente da companhia, Angelo Rufino.
Já na análise da Farallon Latin America, o modelo de rede neutra deve ser transformacional para a competitividade e o desenvolvimento do setor de telecomunicações no Brasil.
“Estamos financiando a primeira companhia que tornará disponível, em escala, sua infraestrutura para os diferentes players do setor. Acreditamos que esse modelo de negócios é extremamente vantajoso para os stakeholders da Oi e também para o país. Estamos muito orgulhosos em apoiar a criação da InfraCo”, disse o sócio-gerente da Farallon, Daniel Goldberg.