Oi (OIBR3) diz que recuperação judicial deverá ser concluída em maio de 2022
A Oi (OIBR3) informou nesta segunda (19) que o fim do plano de recuperação judicial será conforme o previsto, em maio de 2022. Na análise da operadora não há nada que postergue o plano, mas a extensão ficará a critério do juiz titular da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Fernando Viana, à frente do processo.
“Até maio do ano que vem nós vamos concluir de vez a recuperação judicial, mas fica a critério de o juiz achar que é necessário ou não prorrogar. Nós acreditamos que temos todas as condições necessárias para concluir o processo. Não vemos nenhum problema”, disse a operadora durante a teleconferência do Plano Estratégico para o triênio 2022-24.
A venda de 51% da InfraCo por R$ 12,9 bilhões ao BTG Pactual (BPAC11) marcou o início de uma nova fase da Oi em sua trajetória de retomada, afirmou a companhia.
Os grandes riscos que a operadora enfrentava, segundo a Oi, ficaram para trás, mas o caminho pela frente ainda é desafiador. De acordo com especialistas, a empresa encontra-se em uma posição diferentes das demais companhias que estão em recuperação judicial.
A maior parte das empresas em situações delicadas similares pode reduzir suas dívidas e enxugar as operações em prol da própria sobrevivência. A Oi optou por focar em fibra ótica, o que implica necessariamente em priorizar investimentos expressivos.
Entenda a trajetória da Oi
Em seu processo de recuperação judicial, a Oi elencou como prioridade a venda de grupos de ativos para enxugar o endividamento. No fim de março, as obrigações estavam na ordem de R$ 43,9 bilhões, em valor de face.
Desde novembro de 2020, a companhia alienou quatro grandes ativos, pela compensação de R$ 30,7 bilhões. São eles:
- Torres móveis à Highline do Brasil (R$ 1,07 bilhão);
- Data centers à Piemonte Holding (R$ 325 milhões);
- Telefonia móvel ao consórcio de empresas do setor (R$ 16,5 bilhões);
- Parte da Fibra ótica ao BTG (R$ 12,9 bilhões).
A venda de parte do capital da InfraCo não estava prevista no plano de recuperação judicial original, aprovado pelos credores em dezembro de 2017. A operação foi viabilizada por alterações no plano autorizadas em uma segunda assembleia, em setembro do ano passado.
Agora, a empresa procura uma vida nova, com uma operação mais eficiente e focada em fibra ótica. A Oi é a terceira entre as quatro maiores companhias do setor no País a atrair um sócio para seu negócio de fibra.