Em um novo capítulo do processo de recuperação judicial da Oi (OIBR3), a companhia começou a estudar a possibilidade de pegar mais um empréstimo para conseguir pagar seus credores.
Com uma dívida bruta na ordem de R$ 22 bilhões, o suporte bancário usaria como garantia as ações da empresa na V.tal, negócio de infraestrutura de redes de fibra ótica visto como a “boia de salvação” da ex-gigante do setor de telecomunicação.
Segundo informações divulgadas pela Coluna do Broadcast, do Estadão, a ideia do novo empréstimo entrou no radar da recuperação judicial da Oi como parte do plano do reescalonamento de dívidas.
Esses recursos seriam necessários para quitar os débitos com os credores que se recusarem a aderir a reestruturação em andamento. Essa possibilidade de ajustes no pagamento e da tomada de novos recursos estão previstos no plano de recuperação judicial da companhia.
Atualmente, a Oi conta com 38,5% das ações da V.Tal. O controle desse negócio foi vendido para o BTG Pactual (BPAC11), que administra 61,5% da companhia de redes de fibra ótica por meio de fundos.
De acordo com a publicação, o alto escalão da Oi acredita que a V.tal é um ativo valioso para o equacionamento da dívida e que pode ser a boia de salvação da ex-gigante das telecomunicações. Procurada pelo Estadão, a empresa não comentou o caso.
Dívidas da Oi
A dívida da Oi é da ordem de R$ 22 bilhões e, nas últimas semanas, a empresa começou a conversar com os credores para ajustar esses pagamentos.
A meta da Oi é finalizar o plano de reescalonamento das dívidas até março de 2023, antes que comecem os vencimentos de empréstimos com bancos locais e o pagamento de juros de títulos negociados com credores internacionais.
Oi X Bancos: Guerra judicial
Na semana passada, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4) pediram a prorrogação do processo de recuperação judicial da companhia e o bloqueio dos bens para o pagamento da dívida de R$ 6,9 bilhões.
Na visão das instituições financeiras, a Oi estaria “maquiando” contas para driblar o pagamento da dívida, acusação negada pela empresa. Porém, na contramão dessa iniciativa dos bancos, o Ministério Público pediu que o processo de recuperação judicial fosse encerrado. Para os promotores, a Oi cumpriu as obrigações previstas no acordo.
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Oi argumentou que existem condições no acordo de recuperação judicial para que ela faça o pré-pagamento de alguns credores, dentre eles os bancos, em até três rodadas, após a aplicação de um desconto de 55%.
No entanto, “até o momento, o que se pode constatar é que não foram atendidas as condições previstas para o pré-pagamento com desconto mencionado”, segundo a Oi.