A Oi (OIBR3) informou, nesta quinta-feira (20), que enxergou “com surpresa” a solicitação de suspensão da assembleia geral marcada para o dia 8 de setembro. O pedido foi apresentado por Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4).
A razão pela suspensão apresentada pelas instituições é o risco de contaminação por coronavírus (Covid-19) e em respeito às medidas de distanciamento social. A assembleia estava marcada para a discussão do adiamento do plano de recuperação judicial da Oi, que está em curso desde 2016.
Em resposta, a tele fisse que adotou uma série de medidas para que o evento presencial fosse realizado. De acordo com a companhia, estão sendo utilizadas diretrizes determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelas autoridades do Rio de Janeiro, com o intuito de oferecer a maior segurança possível aos participantes.
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Além disso, a Oi disse que contratou um consultor médico infectologista para analistas e validar os protocolos de saúde que serão instaurados na assembleia, caso ela venha a acontecer.
A companhia pontua que recebeu a licença da Vigilância Sanitária municipal, e seguirá os procedimentos sanitários necessários para eventos em lugares fechados. O Centro de Convenções SulAmérica tem capacidade para 5.600 pessoas, mas a empresa trabalha com a possibilidade de participação de 1/5 da capacidade total, cerca de 1.000 pessoas, para respeitas as normas de distanciamento.
A Oi, entretanto, espera que menos pessoas compareçam à assembleia. Para isso, a empresa utiliza como base uma assembleia de credores marcada para 2017, quando foram registrados aproximadamente 25 mil votos, mas apenas 300 pessoas estiveram de forma presencial no local.
A companhia ressaltou, em nota, a relevância da assembleia para a continuidade das operações da companhia, que visa vender seus ativos e estabelecer novos termos para pagamento de dívidas.
Oi pode se tornar insustentável, diz CEO
Segundo o CEO da Oi, Rodrigo Modesto de Abreu, a tele brasileira pode perder a capacidade de investimento e se tornar insustentável no longo prazo “se nada mudar”. A companhia espera que a assembleia aconteça para que o plano de recuperação judicial seja adiado. As informações foram reveladas em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, publicada na última segunda-feira (17).
Caso os credores da operadora aprovem o adiamento, a Oi poderá amortizar dívidas e garantir os investimentos futuros, essenciais para a continuidade da empresa. Segundo Abreu, há a expectativa de que o plano seja aprovado e que atenda aos credores. “Existe confiança da nossa parte na possibilidade da aprovação. Fizemos várias modificações para dar segurança a todos. Mas uma empresa só é capaz de dar segurança aos credores se se recuperar de fato.”
O executivo salientou que a Oi está “indo bem” do lado operacional, controlando custos, mas que o lado financeiro é o que falta para o “negócio se tornar sustentável”. “Sem a aprovação, voltamos para casa e fazemos nova modificação no plano para buscarmos um voto favorável numa assembleia futura. Esperamos que isso não aconteça.”