O diretor de atacado da Oi (OIBR3), André Telles, comunicou nesta segunda-feira (20) que a operadora está desenvolvendo um modelo de negócios de ponta-a-ponta que irá permitir a contratação por terceiros de sua infraestrutura óptica até o casa do cliente.
O modelo de desenvolvimento integra parte de uma estratégia da companhia de reorganizar sua estrutura. Nesse sentido, a operadora prevê a criação de duas empresas distintas independentes e complementares: a Oi Client Co e a Infra Co.
A primeira, com nome de batismo provisório, ficaria responsável pela prestação de serviços aos clientes, sendo eles residenciais ou empresariais. A segunda, por sua vez, ofereceria uma infraestrutura de forma neutra ao mercado, incluindo aos atuais concorrentes da companhia.
A fragmentação foi proposta em um acréscimo ao plano de recuperação judicial, que está prevista para ser votado em assembleia geral de credores em agosto deste ano.
“Esses seis milhões de homes passed [casas onde já é possível contratar banda larga através de fibra óptica da Oi] que a empresa de infraestrutura tem, ela [concorrente] poderia, sim, fazer uma parceria conosco e alcançar esses clientes”, afirmou Telles, em evento online do Fórum das Operadoras Inovadoras, organizado pela Mobile Time e pela Teletime.
“Estamos desenvolvendo esse modelo. Posso dizer que existe a ambição, sim, de fazer algo do tipo”, acrescentou o executivo.
Oi Client Co não ficará restrita à rede Infra Co
O diretor da companhia ainda informou que a contratação da infraestrutura pela Oi Client Co não ficará restrita à rede provida pela Infra Co.
“No caso da Client Co, ela pode, sim, utilizar e obviamente vai utilizar esta infraestrutura que já está lá provida. E, quanto mais ela tiver necessidade, a Infra Co vai poder fazer, atender a esta necessidade. Mas é possível, sim, que a Client Co utilize, sim, a infraestrutura de outras operadoras, de outros parceiros, para poder da mesma forma prestar serviços aos clientes finais da Oi”, detalhou Telles.
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A empresa encerrou o primeiro trimestre de 2020 com cerca de 5,6 milhões de homes passed, nas quais estão disponíveis para a contratação os serviços de fibra óptica até a casa do cliente.
O executivo também informou que mesmo a rede que for construída pela Infra Co, em função da demanda futura da Oi Client Co, poderá ser utilizada por concorrentes. A rede de fibra ótica feita sob demanda “é compartilhável, sim. Estamos apenas desenvolvendo o modelo de negócios”, salientou Telles.
Segundo o diretor da Oi, a lógica do modelo é a de quanto mais clientes ou parceiros estiverem nessa rede mais rápido o investimento da Infra Co será amortizado.