Oi (OIBR3) planeja cisão para separar “filé” do “osso” após fim da recuperação judicial; entenda

Com o fim do processo de recuperação judicial, a Oi (OIBR3) estuda separar as operações da Oi Fibra em uma nova empresa independente, batizada temporariamente como ClientCo. Segundo informações divulgadas nesta quinta (5), o projeto prevê que o “filé” do grupo seja desmembrado, enquanto o “osso” segue dentro da companhia.

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As ações da Oi sobem 6,25% a R$ 0,17 no intradia desta quinta-feira (5), quando o mercado digere a notícia.

De acordo com fontes da Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de São Paulo, a iniciativa abrigará os ativos da Oi Fibra, que são a base de clientes, canais de comunicação, venda e atendimento e os sistemas para a prestação do serviço de banda larga.

Em 2022, a operação da Oi Fibra conta com lucro operacional estimado de R$ 238 milhões e existe a previsão de que esse braço da Oi chegue a R$ 1,6 bilhão em 2024.

Segundo fontes da publicação, a cisão na Oi pretende abrir caminho para que essa unidade receba investimentos e expanda as operações com mais intensidade.

Para isso, estão na mesa possibilidades como a atração de sócios, abertura de capital na Bolsa e/ou participações em fusões e aquisições. Assim, a Oi ficaria com 70% de participação da ClientCo.

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Enquanto o “filé” pode alcançar voos mais altos, o “osso” permaneceria dentro da Oi neste desenho: a unidade responsável pela telefonia fixa, TV por assinatura e as subsidiárias de manutenção de redes e call center.

Aqui, é estimado um prejuízo operacional de R$ 92 milhões no ano passado, e a previsão é de que essa área consuma bem mais de R$ 1 bilhão de caixa nos próximos dois anos.

A Oi Soluções, responsável pelos serviços de tecnologia da informação e de conectividade para empresas, também seguiria dentro da empresa-mãe. Ao contrário do “osso”, esse negócio fecha no azul, com lucro operacional estimado de R$ 640 milhões em 2022.

Procurada pela publicação, a Oi não quis se manifestar sobre o caso.

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Oi tem dívida de R$ 22 bilhões

Com o fim da recuperação judicial da Oi, a empresa ainda precisa quitar cerca de R$ 22 bilhões em dívida bruta e R$ 18,3 bilhões em dívida líquida, conforme dados do Status Invest.

Por isso, a companhia voltou a negociar com os credores para repactuar os vencimentos.

Ainda nesta semana, a Oi tornou pública uma proposta que encontra-se em negociação com os credores, na qual seriam injetados US$ 1 bilhão, o que daria fôlego à operadora no curto prazo.

Caso a ClientCo saia do papel, o debate sobre o que fazer com as dívidas da empresa-mãe também entrará na pauta.

A ideia da Oi é que os débitos fiquem no negócio original, mas existe a possibilidade que uma parte dessas dívidas seja levada para anova empresa.

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Erick Matheus Nery

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