Oi (OIBR3): Oferta feita pelo BTG é ‘atrativa’ e o banco recomenda compra
Após o detalhamento da Oi (OIBR3) sobre negociação com o BTG Pactual (BPAC11) pela venda de parte da InfraCo, os analistas da área de research do BTG viram grandes vantagens para a operadora e reiteraram sua classificação de compra, com o preço-alvo de R$ 3,10.
Na avaliação do BTG, a oferta do banco para InfraCo é “muito atrativa” de 9,1 vezes o EV/Ebitda (indicador de quanto tempo levaria para o lucro operacional pagar o investimento feito em uma aquisição). Além disso, o valor de R$ 3 bilhões, dívida da Oi com a Globenet que será abatida na transação, foi considerado “justo”.
“Em 2021, a Oi deve receber R$ 28,5 bilhões com a vendas de ativos e outras entradas de caixa, que usará para pagar uma boa parte de suas dívidas pendentes. Após todas as vendas de ativos, estimamos que a Oi encerrará 2021 com um caixa líquido pró-forma de R$ 3,4 bilhões”.
No relatório, o banco salientou que o preço pago, de R$ 20 bilhões pela InfraCo (valor mínimo), pode ter decepcionado alguns investidores mas “as complexidades do negócio provavelmente pesaram sobre as ações”, fazendo referência que após o anúncio da semana passada dos termos da proposta, os papéis da Oi subiram “fortemente”.
Entenda a proposta do BTG com a Oi pela InfraCo
O acordo firmado para o BTG Pactual se tornar sócio da Oi teve o valor fechado em R$ 12,9 bilhões, incluindo aportes de recursos, para a obtenção de 57,9% da InfraCo. Porém, o negócio vai custar para o banco R$ 7,65 bilhões.
Essa matemática é explicada por um contexto histórico. Em 2014, a Oi vendeu a Globenet, companhia de cabos submarinos, para o BTG. Desde então, a Oi se tornou cliente da Globenet, e se comprometeu a alugar a capacidade da empresa até 2028, criando um débito.
Agora, sete anos mais tarde, a oferta do banco pela InfraCo engloba as dívidas da Oi com a Globenet.
Com a Globenet inserida no contexto da transação da InfraCo, o BTG abate R$ 3,75 bilhões, valor que alivia as parcelas da dívida da Oi até o fim de 2024. Além disso, a companhia de submarinos irá fazer um aporte de R$ 1,5 bilhão na unidade de fibra ótica.
A proposta inclui o BTG Pactual Economia Real Fundo de Investimentos e a Globenet.
A unidade de fibra da Oi conta com 400 mil quilômetros de fibra ótica e foi avaliada em R$ 20 bilhões, considerando uma dívida líquida de R$ 4,1 bilhões, que deverá ser paga em até 90 dias após o fechamento do negócio.