Oi (OIBR3): bancos escutam “não” da Justiça em processo de recuperação judicial
Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Caixa Econômica Federal levaram um “não” da Justiça no processo de recuperação judicial da Oi (OIBR3). Segundo informações divulgadas nesta quinta (8), o juiz Fernando Viana, responsável pelo caso, rejeitou os argumentos das instituições financeiras, contrárias ao término desse período na companhia telefônica. Credores da Oi, os bancos haviam pedido a prorrogação do processo de recuperação judicial da companhia. Queriam bloquear o valor recebido com a venda de ativos da Oi, para garantir o pagamento de dívidas da companhia.
O magistrado da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro argumentou que a alegação dos bancos de que a Oi estaria realizando um esvaziamento patrimonial é infundada, pois as vendas de ativos estão previstas no plano de recuperação judicial da companhia.
Além disso, na decisão publicada na quarta (7), o juiz destacou que, nos documentos da recuperação judicial, não existe a obrigação de que os valores das vendas desses ativos fossem reservados para o pagamento dos credores. As informações são do jornal Valor Econômico.
Os bancos solicitaram à Justiça que 100% dos recursos das vendas de ativos da Oi fossem direcionados para a quitação antecipada das obrigações financeiras, o que pode ocorrer caso a “receita líquida dos eventos de liquidez” exceda R$ 6,5 bilhões.
Em novembro, os bancos pediram a prorrogação do processo de recuperação judicial da companhia e o bloqueio dos bens para o pagamento da dívida de R$ 6,9 bilhões. Na visão das instituições financeiras, a Oi estaria “maquiando” contas para driblar o pagamento da dívida, acusação negada pela empresa.
Contudo, na contramão dessa iniciativa, o Ministério Público pediu que o processo de recuperação judicial fosse encerrado. Na visão dos promotores, a Oi cumpriu as obrigações previstas no acordo.
CEO da Oi abre o jogo sobre recuperação judicial
Ontem, Rodrigo Abreu, CEO da Oi, defendeu que o fim da recuperação judicial “poderia ser decretado a qualquer momento” pelas autoridades.
“Do nosso ponto de vista, a gente cumpriu até hoje 100% das obrigações de recuperação. Então, do ponto de vista formal, o fim da recuperação judicial poderia ser decretado a qualquer momento. A análise está na mão do juiz, a empresa continua entregando todos os compromissos de recuperação”, argumentou ele durante participação no podcast da Genial Investimentos.
Contudo, o executivo detalhou aos acionistas que a disputa pelo término do processo de recuperação judicial contou com percalços adicionais nos últimos meses.
“O que acabou acontecendo ao longo dos dois últimos meses foi a disputa pelo ajuste de preço com os três compradores da Oi Móvel, um elemento que fazia parte do plano e obviamente ainda não foi recebido – está lá com depósito judicial. O juiz pediu para entender o que significa isso, se vai ser recebido ou não, demos todas as informações”, reforçou.
Por volta das 15h50, as ações da Oi em queda de 5,26%, ao preço de R$ 0,18, segundo o Status Invest.