Oi (OIBR3) adia balanço para 27 de abril e divulga dados preliminares de 2021

A Oi (OIBR3) adiou a divulgação do seu balanço do quarto trimestre de 2021 (4T21) de amanhã (29) para  27 de abril e divulgou dados preliminares referentes a 2021.

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Os dados divulgados foram receita líquida, Ebitda de rotina e caixa. Confira os números:

R$ bilhões4t20 (histórico)4121 (preliminar)%2020 (histórico)2021 (preliminar)%
Receita líquida4,7204525-4,13%1855717717-4,52%
Ebitda de rotina14601484+1,64%58425326-8,83%
Caixa45543288-27,79%45543288-27,8%

Os números divulgados pela empresa mostram uma piora em todos as linhas, com exceção do Ebitda, enquanto a receita mostrou queda de quase 5% tanto na comparação anual quanto na trimestral.

De acordo com a Oi, o adiamento do balanço do 4t21 ocorreu devido à complexidade dos trabalhos de segregação da unidade de Ativos Móveis e à necessidade de obter pareceres dos auditores independentes para as demonstrações financeiras das três empresas.

Veja as expectativas do BTG para o resultado da Oi no 4t21

A expectativa do BTG Pactual (BPAC11) é de que o balanço da Oi apresente resultados operacionais “mais suaves” no período de outubro a dezembro de 2021. Na comparação com o mesmo período no ano anterior, a receita deve cair 5,7% para R$ 4,44 bilhões, próximo ao patamar do terceiro trimestre de 2021, quando havia registrado R$ 4,46 bilhões.

“Embora o principal entrave nas receitas sejam as operações descontinuadas, esperamos uma boa recuperação em relação ao trimestre anterior, principalmente devido a um melhor desempenho no segmento móvel”, informou o relatório do banco.

Já as receitas B2B (empresa que presta serviço para outras empresas) também devem cair, mas menos que o observado nos últimos trimestres, mantendo-se próximo do patamar do terceiro trimestre de 2021, em R$ 873 milhões.

Oi. Foto: Divulgação
Oi. Foto: Divulgação

As receitas residenciais, destaque nos últimos trimestres, devem apresentar, segundo o BTG, queda de 5,2% em comparação na base anual e 6,9% com o trimestre anterior, totalizando R$ 1,2 bilhão.

A expectativa do banco para o Ebtida da Oi (lucro antes de juros, depreciação e amortização) é de R$ 1,4 bilhão, com margem de 32%, praticamente em linha com o trimestre anterior. Já na comparação com o quarto trimestre de 2020, esse valor representa uma queda de 2,5%.

“Nós acreditamos que a empresa está efetivamente conseguindo cortar custos, protegendo suas margens de uma queda maior devido ao aumento na inflação”, diz o BTG.

A companhia deve encerrar o quarto trimestre de 2021 com a posição de caixa de R$ 2,7 bilhões, ante R$ 4,1 bilhões no trimestre anterior, consumindo R$ 1,4 bilhão. Parte desse caixa da Oi foi utilizada com o capex relacionado à operação de fibra, mas isso deixará de ser responsabilidade da operadora a partir deste ano com o contrato de venda da V.tal, unidade de fibra ótica.

Dívida da Oi

Já a dívida líquida da Oi deve crescer quase 50%, na comparação com o mesmo período em 2020, e 8,3% em relação ao último trimestre. Segundo o BTG, a dívida externa da Oi deve ser levemente impactada pela desvalorização de 2,4% do real frente ao dólar.

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“Além disso, a Oi usa o valor justo de sua dívida (VLP) no balanço: a cada trimestre esses ajustes de valor justo diminuem um pouco, fazendo com que a dívida da empresa aumente”, observa o relatório.

Com esses impactos e a queima de caixa da Oi, a dívida líquida deve encerrar 2021 em cerca de R$ 32,4 bilhões.

Recuperação judicial

O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, responsável pelo processo, marcou a reunião que deve definir o encerramento do processo de recuperação judicial da Oi para 31 de março.

O juiz adiantou a data com a condição de que tanto o negócio móvel quanto as transações da V.Tal precisam ser concluídas até essa data. Se as vendas de ativos acabarem não sendo fechadas até o final de março, o mercado espera que que a reunião seja reagendada para abril ou maio.

Vale lembrar que a Oi vendeu o controle da V.tal para os fundos geridos pelo BTG no valor de R$ 12,9 bilhões, no leilão em dezembro de 2020. Já os ativos móveis foram vendidos às concorrentes TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro por R$ 16,5 bilhões, também em leilão.

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Poliana Santos

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