A Oi (OIBR3; OIBR4) estaria em negociações para venda de sua telefonia móvel para a companhia espanhola Telefónica (VIVT4) e com a Telecom Italia, que controla a Tim Participações (TIMP3), para evitar uma liquidação. A informação foi divulgada pela agência Reuters nesta quinta-feira (19).
A Oi vem tendo dificuldades para voltar a crescer desde junho de 2016, quando entrou com pedido de recuperação judicial por conta de uma dívida de R$ 65 bilhões.
De acordo com a agência, a companhia espera receber mais de R$ 10 bilhões com sua venda do segmento móvel. No dia 30 de junho, a Oi divulgou seu balanço do segundo trimestre registrando aproximadamente 35 milhões de clientes em telefonia móvel.
Segundo o plano estratégico da empresa divulgado em julho, os recursos advindos da venda seriam investidos no serviço de banda larga chamado “fiber-to-the-home”, tido como solução de volta ao crescimento para a empresa. Atualmente, a Oi tem 360 mil quilômetros de fibra no Brasil inteiro. A infraestrutura é usada por outras operadoras também.
De acordo com a Reuters, representantes da Oi, Telefónica e da Telecom Italia, não quiseram comentar sobre o assunto.
Cade e Anatel poderiam resistir à venda de telefonia móvel da Oi
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) podem resistir à venda da telefonia móvel da Oi para operadoras já atuantes no mercado brasileiro, segundo a Reuters, que também afirmou que o Cade e Anatel não quiseram se manifestar sobre o assunto.
A agência acrescentou que, embora as atuais negociações estejam focadas na telefonia móvel, a venda de toda a Oi não foi descartada, apesar de ser menos provável.
A Reuters noticiou também que a posição de caixa da Oi era de aproximadamente R$ 4,3 bilhões em junho de 2019. O valor é de cerca de R$ 2 bilhões de reais abaixo do previsto no plano de reestruturação.
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A agência de classificação de risco, Fitch, publicou um relatório, na última quarta-feira (18), em que registou que podem faltar, aproximadamente, R$ 7 bilhões para a operadora até 2021 por conta do gasto intensivo de capital.
A Fitch informou que: “A Oi depende de venda de ativos e mudanças regulatórias no curto prazo para financiar sua transição para um modelo de negócios sustentável”.
Em janeiro, a companhia contratou o Bank of America para assessoria na venda de ativos não essenciais. De acordo com a Reuters, o banco está também assessorando a venda de operações chave. O Bank of America disse à agência que não comentaria o assunto.
Em nota, o grupo TIM negou qualquer negociação com a Oi.