Oi não venderá operação de telefonia móvel no curto prazo, diz diretor de operações

O diretor de operações da Oi, Rodrigo Abreu, afirmou que a empresa não planeja se desfazer de sua operação de telefonia móvel a curto prazo. A declaração ocorreu nesta quarta-feira (2) em entrevista ao jornal “Valor Econômico”.

De acordo com o executivo, a Oi não considera a possibilidade de vender a rede móvel para financiar suas dívidas.

“Vamos imaginar que, por acaso, isso [venda da operação de telefonia móvel para cobrir as necessidades imediatas de financiamento] acontecesse. Não se consegue fazer um processo [desse tipo] em alguns meses. Você tem processos regulatórios, concorrenciais, legais. Não existe essa possibilidade de curtíssimo prazo”, afirmou Abreu.

Em contrapartida, o diretor de operações não negou a possibilidade de que a venda ocorra futuramente.

“Um dos pontos positivos do nosso plano é que temos também essa opção de futuro, de analisar se essa seria uma opção que poderia gerar valor para a companhia com o valor correto se existisse uma oferta”, ressaltou o executivo.

Venda de ativos pode captar R$ 7 bi

Na última segunda-feira (30), o BTG Pactual informou que a venda de ativos da empresa de telefonia é de extrema importância para o cumprimento do planejamento estratégico. Segundo o banco, o desinvestimento seria a única forma de atingir os objetivos do plano.

Saiba mais: Oi pode captar até R$ 7 bi com venda de ativos e ação valorizar 260%, diz BTG

“Para cobrir o buraco existente entre baixa geração de caixa e Capex (plano de investimentos) mais alto, a Oi divulgou uma lista de ativos para vender. A lista é longa e pode levantar de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões”, disseram os analistas da instituição financeira.

De acordo com o banco, a empresa deverá deverá gerar cerca de R$ 300 milhões por mês de caixa até o final do ano, totalizando R$ 1,2 bilhão no fim de 2019.

Resultados negativos da Oi

Em recuperação judicial desde junho de 2016, a operadora segue apresentando resultados negativos. Na época em que a companhia protocolou o pedido de recuperação, as dívidas declaradas somavam R$ 65 bilhões.

No relatório de resultados para o segundo trimestre de 2019, a empresa informou que elevou o prejuízo em 24% no período de abril e junho. O prejuízo líquido atribuído foi de R$ 1,559 bilhão.

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O resultado consolidado das operações continuadas ficou em R$ 1,625 bilhão negativos. A receita líquida da Oi também caiu 8,2% no comparativo anual no segundo trimestre deste ano.

Giovanna Oliveira

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