O grupo Odebrecht apresentou nesta segunda-feira (27), cumprindo o prazo legal de 60 dias, o seu plano de recuperação judicial. A credores, a proposta é de que as dívidas sejam trocadas por títulos de pagamento com base no futuros resultados da empresa.
Em comunicado, o presidente-executivo da Odebrecth, Luciano Guidolin, disse que uma diminuição da dívida decorrente do acordo garantirá “a atividade produtiva, a preservação de empregos e a geração de valor para todos os stakeholders”.
Em junho, a Odebrecht protocolou o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil. A solicitação, ainda, não incluiu as empresas Braskem, e Ocyan, a empreiteira OEC, a Odebrecht Transport, o estaleiro Enseada e a Atvos.
“Tanto as empresas operacionais como as auxiliares e a própria ODB continuam mantendo normalmente suas atividades, focadas no objetivo comum de assegurar estabilidade financeira e crescimento sustentável, preservando assim sua função social de garantir e gerar postos de trabalho”, afirmou a empreiteira em nota.
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Odebrecht procura reestruturação
A reestruturação da Odebrecht, entretanto, não prevê o corte no valor das dívidas, o que é essencial para os bancos públicos que possuem dificuldades para justificar ao Tribunal de Contas da União (TCU) desconto em empréstimos, mas não estipula quando será quitada.
A reorganização envolve a promessa de que os recursos obtidos com a venda de empresas do grupo ou os dividendos delas, como a Braskem, Ocyan e Atvos, sejam direcionados para pagar os débitos.
O compromisso com os credores, caso a proposta seja aceita, será baseado em um título participativo, ou seja, quase uma participação acionária. O intuito é retrair o endividamento da Odebrecht S.A., a controladora. Os trabalhadores, todavia, recebem em 12 meses.
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Além dos R$ 51 bilhões calculados no plano e outros R$ 13 bilhões em débitos com bancos, a dívida total do grupo Odebrecht fica perto de R$ 100 bilhões, se forem consideradas dívidas entre as companhias e outros créditos.