A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) anunciou que protocolou seu pedido de recuperação judicial na última segunda-feira (09).
A recuperação judicial da Odebrecht prevê a redução dos mais de R$ 4 bilhões em dívidas contraídas pela construtora ao longo da década passada. Os valores devem ser pagos por meio de um novo financiamento, estabelecido dentro do próprio processo de RJ.
A maior parte da dívida da Odebrecht vem de captações de bônus ou bons no mercado dos Estados Unidos. Cerca de US$ 4,4 bilhões foram captados entre 2009 e 2014 por meio de notas emitidas pela Novonor Finance Limited. De acordo com a proposta da RJ, o valor deve cair para US$ 130,3 milhões.
Esse valor será a base de cálculo para o pagamento dos credores da Odebrecht. Caso aceitem o financiamento, eles podem ter desconto de 41,70% dos valores devidos; já em caso de recusa, o desconto total do bônus será de 81,60%.
A expectativa é a de que o valor do novo financiamento contratado pela construtora fique entre US$ 120 e US$ 150 milhões. O BTG Pactual (BPAC11), um dos principais credores da empresa após ter comprado uma parte relevante dos bonds, também se tornou o financiador âncora da operação, tendo se comprometido com a subscrição e a integralização do financiamento em até US$ 120 milhões.
O prazo máximo para a convocação da assembleia de credores que decidirá pela aprovação ou não do plano de RJ da Odebrecht é de 150 dias. Já o vencimento da nova dívida acontecerá em 48 meses, sendo que metade do valor será amortizado após o desembolso e a outra metade, 48 meses depois, com juros de 18% ao ano.
A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) já havia chegado a um acordo de recuperação extrajudicial com credores no valor de US$ 3 bilhões. Em suas demonstrações financeiras do ano passado, a empresa disse que está em dificuldades por conta da redução dos gastos públicos em grandes projetos após a pandemia, além da falta de crédito para infraestrutura.