Fim do jejum? Oceânica Engenharia contrata bancos para IPO; saiba mais

Em fato relevante divulgado nesta quarta-feira (17), a Oceânica Engenharia, empresa que atua na prestação de serviços para exploração de petróleo, informou que pretende realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de distribuição primária e secundária. Caso efetivada, será a primeira desde dezembro de 2021, quando o Nubank (ROXO34) estreou na Bolsa de Nova York.

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No texto, a Oceânica informa que contratou o BTG Pactual (BPAC11), Itaú BBA, UBS Brasil, Bradesco BBI, Santander Brasil e ABC Brasil para coordenar a emissão e assessorar a companhia. O montante da oferta ainda não está definido, de acordo com a companhia.

Atualmente, segundo a empresa, está em curso a análise prévia dos documentos relativos à oferta pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

A companhia informou, também, que os recursos líquidos provenientes do IPO da Oceânica seriam utilizados para aquisição e customização de embarcações, aquisição de máquinas e equipamentos, além do aumento da sua posição de caixa.

Aegea, V.tal, Cimed: Veja lista de empresas que podem fazer IPO em 2024

Para 2024, há uma grande expectativa para novas entradas de empresas na Bolsa de Valores brasileira, conforme a visão de analistas consultados pelo jornal Estadão. Esse movimento poderia acontecer após mais de 2 anos de um verdadeiro “deserto” de novas empresas abrindo capital na B3, algo que não era visto desde 1998, destacou o jornal.

Conforme projeções do Bank of America, considerando as ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), negociações realizadas em bloco e follow-ons, a expectativa é de que as empresas listadas em Bolsa possam captar até R$ 120 bilhões.

“Estamos estimando um mercado de mais de R$ 100 bilhões e que pode chegar até a R$ 120 bilhões em captações, se vier a tempestade perfeita, com o corte de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano)”, afirmou Hans Lin, corresponsável da área de banco de investimentos do Bank of America no Brasil.

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Caso as captações de IPOs e follow-ons chegassem de fato a marca de R$ 120 bilhões, se teria um número mais próximo do recorde histórico registrado em 2010, que foi de R$ 149 bilhões, conforme aponta um estudo publicado pela SulAmérica Vida, Previdência e Investimentos, a partir de informações da B3.

Além disso, o total de captações de follow-ons e IPOs só chegou a superar os R$ 100 bilhões em 3 ocasiões, mais especificamente nos anos de 2010, 2020 e 2021.

O Nubank (ROXO34) está entre os últimos IPOs realizados no Brasil. Nesse caso, a listagem aconteceu de forma conjunta na B3 e na Bolsa de Nova York em dezembro de 2021. Antes disso, em agosto daquele ano, também ocorreram os IPOs de Raízen (RAIZ4) e Oncoclínicas (ONCO3).

Segundo o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, mais de 50 empresas estavam planejando e se organizando para abrir capital na Bolsa de Valores nos últimos 2 anos, embora algumas delas já tenham revisto isso e até mudado de ideia.

Apesar disso, diversas empresas ainda estão entre as candidatas para estar na Bolsa de Valores brasileira daqui a alguns meses. Veja a seguir algumas das empresas que podem abrir capital em 2024 e o setor que elas pertencem:

  • Pacaembu – Imobiliário
  • Tegra – Imobiliário
  • Kallas – Imobiliário
  • Diagonal – Imobiliário
  • Aegea – Saneamento
  • Iguá – Saneamento
  • CTG Brasil – Energia
  • Rio Energy – Energia
  • Rio Alto – Energia
  • 2W Energia – Energia
  • Cimed – Farmacêutico
  • Eurofarma – Farmacêutico
  • União Química – Farmacêutico
  • Flora – Bens de consumo
  • Oba Hortifruti – Varejo
  • Kalunga – Varejo
  • Nadir Figueiredo – Produtos de vidro
  • V.tal – Infraestrutura digital
  • Automob – Concessionária de automóveis

Apesar de as projeções dos últimos 2 anos também indicarem a volta dos IPOs, como o da Oceânica Engenharia, alguns fatores acabaram não colaborando para criar um contexto favorável para abertura de capital de novas empresas, como o risco fiscal brasileiro, guerras (Oriente Médio e Ucrânia) e principalmente elevações dos juros em diversos países do mundo, como nos EUA. Conforme esse cenário vai gradativamente se alterando, o ambiente pode se tornar mais favorável para a entrada das empresas na Bolsa.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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