A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) redução a projeção do PIB do Brasil em 2019. Dessa forma, a expectativa é de que o País cresça apenas 1,4% no ano. Em março, a organização havia estimado um avanço de 1,9%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (21).
De acordo com a OCDE, o principal entrave para o crescimento do PIB do Brasil é a agenda de reformas. Dessa forma, o órgão afirma que a dificuldade em aprovar proposta como a da Previdência prejudica o desenvolvimento nacional. Por conta disso, a instituição aponta que o País pode crescer metade da média mundial neste ano.
A redução do crescimento do PIB do Brasil é a segunda feita pela OCDE nos últimos meses. Isso porque em novembro de 2018, a instituição havia projetado um avanço de 2,1% para o País.
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O órgão também revisou para baixo os resultados do PIB do Brasil para 2020. Dessa forma, o aumento projetado é de 2,3%. Entretanto, no último relatório esse número era de 2,4%.
PEC da Previdência
A reforma da Previdência foi apontada pela OCDE como essencial para o equilíbrio fiscal do Brasil. Assim, a organização defende a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Além disso, a OCDE também apontou a dificuldade de articulação entre as alas do governo. De acordo com o órgão, a questão atrapalha o andamento da reforma.
“A fragmentação política no Brasil (devido ao grande número de partidos) e, às vezes, a relação difícil entre diferentes alas do governo complicam a construção de um consenso político para a aprovação de reformas-chave”, diz a OCDE.
No mesmo sentido, a organização afirmou que o Brasil segue se recuperando economicamente. Contudo, destacou o ritmo lento em que isso acontece. A OCDE também apontou que se o governo conseguir aprovar uma “bem sucedida” reforma, o País deve apresentar maior crescimento nos próximos anos.
Outra questão apontada pela OCDE são as finanças públicas brasileiras. Nesse sentido, o órgão afirmou que a melhora das contas do governo é “crucial” para o avanço dos investimentos. Por outro lado, o relatório indica um retorno à recessão caso a agenda de reformas não seja efetiva.
Ainda no relatório divulgado nesta terça, a OCDE recomenda ao governo brasileiro permitir um maior acesso ao programa Bolsa Família. Sendo assim, a medida ajudaria a diminuir as desigualdades, retirando pessoas da pobreza.
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Outras previsões
A redução das estimativas de crescimento do Brasil pela OCDE segue resultados divulgados por outras instituições. Isso porque na segunda-feira (20), o Banco Central divulgou, pelo Boletim Focus, que a previsão é de um avanço de 1,24% no PIB em 2019.
Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também revisou para baixo a situação econômica do País. Na última semana, o economista afirmou que o Brasil está “no fundo do poço”. Isso ocorreu logo em seguida da divulgação de uma projeção de crescimento do PIB em 1,5% para o ano.
Cenário global
Apesar das expectativas pouco positivas para o Brasil, as previsões globais também não são tão otimistas. Segundo a OCDE, o crescimento da economia mundial será de 3,2% neste ano. Assim, o órgão apontou para um avanço fraco no cenário global.
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No mesmo sentido, o comércio mundial deve aumentar 2,1% em 2019. Isso é a taxa mais baixa desde a crise financeira global. A organização alertou para as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
Segundo a OCDE, a guerra comercial entre as potências pode reduzir ainda mais as expectativas. Além disso, o conflito econômico pode influenciar no PIB do Brasil. Isso porque os dois país são os principais parceiros econômicos brasileiros.