A New York Stock Exchange (NYSE) afirmou hoje que irá deslistar três companhias chinesas de telecomunicação. China Telecom, China Mobile e China Unicom serão retiradas da bolsa americana no próximo dia 11 de janeiro.
As falas causaram confusão. Na ultima semana, a NYSE afirmou que acataria a ordem e retiraria os papéis de negociação. Posteriormente, na segunda (4), porém, ela voltou atrás e afirmou que não tomaria tal atitude.
Em novembro, uma ordem executiva do presidente Donald Trump baniu investimentos em companhias chinesas que, segundo a Casa Branca, auxiliam a força militar do país asiático.
Empresas chinesas estariam utilizando capital para investir em setor militar
Segundo Trump, o partido comunista chinês estaria usando recursos americanos para modernizar e desenvolver seu exército e seus serviços de inteligência, com aportes sendo utilizados para fabricar armas de destruição em massa.
Após a fala da NYSE na segunda, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, teria afirmado, segundo fontes escutadas pela CNBC, que concordava com a remoção das companhias.
A bolsa argumentou agora que a segunda reversão acontece por conta da orientação do Departamento do Tesouro, segundo o qual americanos devem interromper aportes nas três companhias.
A segurança nacional de Trump está há meses tentando alertar sobre os possíveis problemas envolvendo companhias chinesas listadas nos Estados Unidos. Em maio do ano passado, o Departamento de Trabalho dos EUA determinou que fundos de aposentadoria federais interrompessem os investimentos em companhias chinesas.
A decisão da NYSE acirra ainda mais as recentes discussões entre Estados Unidos e China. Ontem, o presidente Donald Trump proibiu transações monetárias de oito aplicativos chineses no país, argumentando que as plataformas utilizam dados de americanos para melhorar sua agenda de segurança nacional.
A administração do presidente eleito Joe Biden, que tomará posse nas próximas semanas, vem se esquivando de comentários sobre o assunto.
China afirmou que agiria em caso de deslistagem de empresas da NYSE
No sábado (2), o Ministério do Comércio da China afirmou que tomaria as medidas necessárias para assegurar direitos e interesses de empresas chineses no caso de as companhias serem deslistadas.
O órgão afirmou que achava a retirada das empresas da NYSE uma medida abusiva, que reduziria a confiança de investidores de todo o mundo no mercado de capitais americano e que pretende criar um ambiente de negócios “justo, estável e previsível” com o país.
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