Subiu para 58 o número de vítimas provocado pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG).
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Segundo o Corpo de Bombeiros, além dos 58 mortos há 305 desaparecidos e foram resgatadas 192 pessoas. O acidente com a barragem na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, provocou um desastre ambiental e a destruição de vários imóveis onde estavam funcionários da Vale. No total, estão trabalhando no local 226 bombeiros em buscas noturnas.
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Dias depois da ruptura da barragem, as condições de resgate pioraram, e nenhum outro sobrevivente foi encontrado. No último domingo (27), as equipes de busca tiveram que enfrentar a ameaça de ruptura de outra barragem. Por isso, as operações de resgate foram suspensas por cerca de dez horas.
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As buscas dos bombeiros estão concentradas neste momento na região administrativa da Vale. Além disso, os bombeiros estão trabalhando na área onde estava localizado o refeitório da mineradora. Entretanto, os bombeiros informaram que não conseguiram ainda acessar o refeitório da Vale. O imóvel poderia ter se deslocado do local por causa do impacto com a lama, que chegou a uma profundidade de 15 metros.
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As chance de se localizar pessoas com vida a partir de agora é “bem pequena”, disse o comandante da operação, o tenente-coronel dos bombeiros Eduardo Angelo. Além disso, o porta-voz da corporação, tenente Pedro Aihara, admitiu que, mesmo com os esforços dos bombeiros, alguns corpos podem nunca ser encontrados. “Considerado o tipo de tragédia e as proporções, existe sim a possibilidade de alguns corpos não serem recuperados, mas não é esse o foco dos bombeiros”, informou Aihara.
As condições de busca vão mudar esta semana. A lama úmida e as chuvas do último sábado (26) impediram aos bombeiros de se locomover facilmente no terreno. Por isso a maior parte do trabalho foi feita com a ajuda de helicópteros. Mas a partir desta segunda-feira (28) haverá buscas por terra e serão usados cães farejadores já que a lama está em estado mais sólido.
Uma missão de especialistas e soldados israelenses chegou neste domingo (28) em Brumadinho. Eles trazem equipamentos de auxílio para ajudar nas operações de resgates. Os médicos cubanos que permaneceram no Brasil após o fim do programa Mais Médicos também ofereceram ajuda.
O desastre de Brumadinho
A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou na última sexta-feira (25). A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.
O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte.
A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total de minério de ferro da Vale.
Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.
A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.