Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 66,6% das famílias do Brasil possuíam dívidas em abril. Esse é o maior resultado desde o início da realização da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em janeiro de 2010. Os números revelados na noite da última segunda-feira (13).
De acordo com o presidente do CNC, José Roberto Tadros, o aumento no endividamento das famílias em abril teve como base a ampliação do crédito ao consumidor devido à crise do novo coronavírus (Covid-19). As modalidades de dívidas que fazem parte da pesquisa são:
- Cheque pré-datado
- Cartão de crédito
- Cheque especial
- Carnê de loja
- Empréstimo pessoal
- Prestação de financiamento de automóvel
- Mensalidade de seguros
“A crise com a Covid-19 impõe ao governo a adoção de medidas de estímulo ao crédito, na tentativa de manter algum poder de compra dos consumidores. A queda expressiva dos juros e da inflação reduz, respectivamente, o custo do crédito e a pressão sobre a renda, incentivando o endividamento”, disse Tadros.
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O presidente da confederação salienta a importância de se viabilizarem prazos mais longos para a quitação das dívidas ou alongamento dos prazos para pagamento, além de procurar meios de diminuir o risco de crédito. “Assim, os consumidores poderão quitar suas contas em dia sem maiores dificuldades, afastando a piora nos indicadores de inadimplência nos meses à frente”, afirma.
Dívidas em atraso
De acordo com a CNC, a quantidade de brasileiros com dívidas ou contas atrasadas ficou praticamente estável em 25,3%, após dois meses seguidos apresentando aumento. Entretanto, a inadimplência apontada no mesmo período do ano passado foi ligeiramente menor, de 23,9%.
O número de famílias que declararam não possuírem recursos para pagar suas obrigações em atraso e que, dessa forma, permaneceriam inadimplentes, caiu de 10,2% em março, para 9,9% em abril. Um ano antes, o indicador era de 9,5%.
“Os resultados mensais favoráveis em relação à inadimplência revelam que, apesar das dificuldades com a quarentena aplicada em diversos estados e cidades, as famílias estão conseguindo quitar os compromissos com empréstimos e financiamentos”, ressalta Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa.
Dentre as dívidas mais contraídas pelas famílias brasileiras estão cartão de crédito (77,6%), carnês (17,5%) e financiamento de veículos (10,2%). “A proporção de dívida em cartão diminuiu novamente neste mês, enquanto as dívidas em carnês ganharam espaço na composição do endividamento”, disse Ferreira.
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