Em novo relatório sobre o Nubank (ROXO34), analisando a entrada da fintech no segmento de telecomunicações, especialistas da XP observaram que o movimento é “uma ameaça real”.
“Após um breve período de calmaria no mercado de telecomunicações, vemos uma ameaça com a esperada entrada do Nubank como operadora móvel virtual no segundo semestre de 2024. Este movimento pode ter passado despercebido devido à ausência de casos de sucesso de novos entrantes no Brasil”, diz a casa.
“Os principais desafios estão nas limitações competitivas, nos preços e na capacidade de manter baixos custos de aquisição e de serviços”, completa.
Os analistas se debruçaram sobre o tema pois recentemente o Nubank obteve aprovação da Anatel para se tornar uma operadora móvel virtual (MVNO) utilizando a infraestrutura da Claro – o que sinaliza uma possível entrada da companhia no ramo.
Até então as informações sobre os planos da fintech são limitadas, mas a aprovação da Anatel indica que a companhia irá adentrar o setor – algo que passou despercebido pelo mercado, pois não estava dentro dos prognósticos de ninguém.
A XP considera que o “racional estratégico” para a entrada do Nubank nesse mercado em específico está em linha com a estratégia do banco de “replicar suas competências em novos mercados”.
Com isso, o banco conseguiria aumentar a monetização da sua base de clientes – que ultrapassou os 100 milhões recentemente.
Nubank é ‘ameaçador’ porque já conta com 22% de mercado
Dito isso, a ameaça do Nubank é no sentido de ser um forte competidor e causar dificuldades para os atuais players desse setor.
“Com uma participação de mercado de cerca 22% no mercado de recarga pré-paga no Brasil, o Nubank desafiou a lógica convencional e, na nossa opinião, possui elementos-chave para o sucesso. Apesar dos riscos associados à execução e à falta de visibilidade do plano, consideramos possível que este risco afete a TIM (TIMS3) e a Vivo (VIVT3)“, observa a XP
“Para o Nubank, o potencial sucesso neste mercado, para além do seu core business, poderia reforçar a disposição dos investidores em atribuir um valor ainda maior aos elementos intangíveis, bem como confirmar sua capacidade de disrupção em novos negócios com potencial significativo de receita”, conclui.