Em novo relatório sobre o Nubank (ROXO34), o Safra reitera recomendação neutra para as ações, citando um cenário macroeconômico desafiador.
O relatório aponta riscos crescentes relacionados à inadimplência, crescimento do portfólio de crédito e geração de receita, mas destaca a resiliência do modelo de negócios da empresa.
O Safra alerta que o ambiente macroeconômico no Brasil pode pressionar a qualidade dos ativos do Nubank. Entre os principais fatores de risco estão:
- Taxa Selic elevada: A previsão do banco é que a Selic alcance 14,75% até meados de 2025, o que pode aumentar o custo da dívida e impactar os consumidores.
- Desaceleração do PIB: O crescimento real do PIB brasileiro deve cair para 1,5% em 2025 (ante 3,5% em 2024), com o consumo das famílias desacelerando para menos de 1%.
- Inflação persistente: O aumento de preços pressionados pela desvalorização do real e alta nos alimentos também traz preocupações sobre a capacidade de pagamento da população.
O relatório destaca que o ROXO34 ampliou sua participação no mercado de crédito pessoal não garantido, representando mais de 20% das novas originações desse segmento no Brasil. Contudo, o crescimento anual de 80% no portfólio de crédito da fintech é oito vezes maior do que o registrado por bancos tradicionais, o que aumenta o risco de inadimplência, especialmente em clientes de baixa renda.
Diante desse cenário, o Safra cortou a estimativa de lucro líquido do Nubank para 2025 em 9%, para US$ 2,5 bilhões (ante US$ 2,95 bilhões).
Já o preço-alvo para as ações do Nubank foi reduzido de US$ 16,50 para US$ 14, o que ainda representa um potencial de valorização de 22%.
Embora o Safra reconheça o potencial de crescimento do Nubank, impulsionado por taxas crescentes de engajamento e receitas por cliente, a recomendação neutra reflete cautela diante da deterioração do cenário macroeconômico e dúvidas em relação à execução de estratégias em novos mercados como México e Colômbia.