Analistas do Citi, em relatório sobre o Nubank (ROXO34), destacaram que a qualidade do crédito da fintech deve estagnar no curto prazo, enquanto a inadimplência no Brasil deve cair – colocando a companhia na contramão dos bancos e instituições financeiras.
Segundo o Citi, apesar de a gestão do Nubank já indicar essa tendência em seu último release de resultados, os especialistas acreditam que os dados possam vir a surpreender negativamente os investidores mais otimistas.
Com isso, a recomendação da casa para as ações do Nubank é neutra, com preço-alvo de US$ 11,60 – ao passo que os papéis negociam a cerca de US$ 11 na NYSE.
A tese da casa é que o alto múltiplo das ações possa continuar sendo sustentado pelas perspectivas de crescimento no México, mas ainda assim o custo de risco ainda elevado pode surpreender negativamente quem está mais otimista com a companhia.
Vale destacar que o Nubank, em seus comunicados, já declarou que visa manter o crescimento robusto da carteira de crédito ao longo de 2024, ainda que os índices de inadimplência podem aumentar como resultado dessa estratégia.
A inadimplência chegou no seu pico no segundo semestre de 2023, resultado de um aumento que se iniciou em meados de 2021 e levou a restrições em concessões de crédito em 2022 e 2023 por parte dos bancos.
Em entrevista ao Broadcast, Guilherme Lago, diretor financeiro da fintech, afirmou no final de fevereiro que o Nubank baseia suas projeções em um cenário pessimista para o crédito no país.
Em meio à maior cautela nas concessões de crédito, vale lembrar que o Nubank acelerou e seguiu concedendo empréstimos.
“Antecipamos que essa deterioração persista nos próximos trimestres, limitando melhorias no custo de risco”, diz o Citi.
Desempenho das ações do Nubank
As ações do Nubank operam em queda de 1,3% no intradia desta terça-feira (5) por volta das 12h. Os papéis sobem 122% em uma janela de 12 meses, contudo.