A entrada do Nubank (ROXO34) no setor de telecomunicações está agitando o mercado nesta segunda-feira (20). No Bradesco BBI, os analistas são céticos com o movimento do banco digital.
Em relatório, o time de analistas liderados por Gustavo Schroden afirma que esse tipo de iniciativa do Nu envolve “muito trabalho, pouco dinheiro e pode machucar a satisfação com o produto principal”.
O projeto do Nubank recebeu a aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar como operadora virtual (MVNOs, na sigla em inglês) utilizando a rede da Claro. O pedido foi realizado entre o final de 2023 para o começo deste ano.
Roxo nas teles? Entenda nova jogada do Nubank
Segundo os analistas do Santander, outras tentativas de entrada de outras empresas neste mercado são exemplos de como os negócios podem falhar. Um exemplo citado foi da Porto Seguro (PSSA3) que tentou vender planos de telefonia celular.
A seguradora Porto encontrou dificuldades pela falta de compatibilidade com as suas principais habilidades, além das altas expectativas dos clientes e a alocação de recursos, que poderiam ter sido investidos em outros negócios, de acordo com o Santander.
“Os principais fatores são qualidade e preço. A qualidade da rede será a mesma do operador que aluga a capacidade; em termos de preço, é difícil ser mais competitivo que o operador que está vendendo a capacidade”, destaca o relatório.
“No Brasil, a junção da telefonia móvel com serviços fixos cresceu em prevalência ao longo dos anos, um produto que o Nu seria incapaz de oferecer,” completam os analistas.
Em contraste, a equipe de analistas da XP liderados por Bernardo Guttmann olham com mais otimismo para a investida da Nu.
“Após um breve período de calmaria no mercado de telecomunicações, vemos uma ameaça com a esperada entrada do Nubank como operadora móvel virtual no segundo semestre de 2024. Este movimento pode ter passado despercebido devido à ausência de casos de sucesso de novos entrantes no Brasil”, diz o relatório. Contudo, em linha com o Santander, os analistas da XP também pontuam que os principais desafios estão nas limitações competitivas, nos preços e na capacidade de manter baixos custos de aquisição e de serviços.