Em entrevista ao portal NeoFeed, a cofundadora do Nubank (ROXO34), Cristina Junqueira, destacou os planos ambiciosos da instituição no cenário internacional, sendo o México o foco principal.
“O México é a prioridade número um”, disse Junqueira. Desde a entrada da instituição no país, em 2019, o “roxinho” já conquistou mais de 5,5 milhões de clientes e se tornou o quinto maior emissor de cartões no México. Neste tempo, o Nubank (ROXO34) investiu mais de US$ 1,4 bilhão para erguer a operação em terras mexicanas.
O banco também ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em depósitos na Cuenta Nu. “Estamos com excesso de funding no México”, disse a cofundadora.
A partir de agora, o Nubank se prepara para oferecer ainda mais ferramentas para os correntistas mexicanos – principalmente para a concessão de crédito – mas ainda enfrenta desafios, pontua o NeoFeed.
Um deles está relacionado ao processo para obtenção da licença bancária no país, algo que pode levar até dois anos – atualmente, o Nubank opera no México sob a licença de Sociedad Financiera Popular (SOFIPO) em nível 1. A licença permitiria ao banco oferecer uma gama mais ampla de serviços, incluindo investimentos e empréstimos.
Apesar de o México ser prioridade, o Nubank não deixou a Colômbia de lado, mas está encontrando mais dificuldades para escalar seu negócio no país, incluindo condições macroeconômicas e leis que limitam taxas de juros, diz o NeoFeed. Mesmo assim, pretende lançar a Cuenta Nu no país ainda este ano.
Para o Brasil, a instituição quer intensificar a oferta de serviços. Ao NeoFeed, a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, afirmou que nos últimos anos, a empresa fez um esforço para a integração dos serviços oferecidos pela Easynvest, comprada em 2020.
Em relação aos novos serviços, Junqueira disse que os lançamentos no Brasil devem ser voltados para o público de alta renda, atendido pela marca Ultravioleta.
BTG sobre Nubank: expansão internacional só ocorreria após domínio no México
Em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) repercutiu os principais pontos discutidos por Junqueira na entrevista, reforçando que o Nubank pretende obter uma licença bancária no México para impulsionar o seu crescimento e fortalecer parcerias estratégicas.
“No início deste ano, conversamos com o fundador e CEO, David Vélez, que também discutiu ambições além do México, Colômbia e Brasil. No entanto, ele enfatizou que o Nubank só consideraria expandir-se para outro país depois que alcançasse sucesso/domínio no México, o que ainda não aconteceu. Portanto, ficaríamos surpresos se eles anunciassem alguma coisa antes disso”, escrevem os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.
O BTG tem recomendação ‘neutra’ para as ações do Nubank, com preço-alvo a US$ 11,00.
