Uma correntista do Nubank (ROXO34) relatou em suas redes sociais ter uma fatura de R$ 5 mil que não foi paga e se tornou uma dívida de quase R$ 1 milhão em um período de cerca de três anos e meio.
Essa ‘bola de neve’ com a fatura do Nubank se deu por causa dos juros do rotativo, que são de 14,4% mensais em relação ao total da dívida.
Thaynná Bastos, que é designer freelancer, relata que “nunca foi do tipo descontrolada com finanças” e que deliberadamente não pagou sua fatura após uma demissão para guardar o valor, tolerando o fato de que teria seu nome no SPC.
Ela havia pedido demissão por burnout, não tendo então direito ao recebimento de 13º salário proporcional nem acesso à multa rescisória.
A sua dívida no Nubank que era de então R$ 5,3 mil virou R$ 28,2 mil em um ano, o que resultou no início do fenômeno de ‘juros sobre juros’.
Em fevereiro deste ano a dívida chegou a R$ 842 mil e, em março de 2024, quando completou cerca de três anos e meio, chegou a R$ 968 mil.
Nesse período, a correntista do Nubank teve o nome sujo, com restrição no seu acesso ao crédito.
Quanto o Nubank cobra de juros?
Conforme os dados de janeiro deste ano do Banco Central (BC), os juros do Nubank colocam a fintech como a 15ª instituição financeira que cobra mais no rotativo, em 14,4%.
Os bancos incumbentes, como Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) tem patamares maiores, ultrapassando os 20% mensais. Veja abaixo:
- Banco BMG: 28,8%
- Banco BV: 25%
- Banco CSF: 24,1%
- Banco C6: 23,6%
- Banco Pan: 22,7%
- Porto Seguro: 21,1%
- Itaú Unibanco: 21%
- Banco do Brasil: 20,6%
- Banco Santander: 20,5%
- Luizacred: 20%
- Banco Bradescard: 18%
- Banco Bradesco: 18%
- Caixa Econômica Federal: 17,9%
- Realize CFI: 17,1%
- Nubank: 14,4%
Vale destacar que esse regramento já não vale atualmente, tanto para o Nubank quanto para os demais players do setor. Isso porque, conforme a legislação atual, o s juros sobre as dívidas contraídas a partir de janeiro deste ano ficam limitados a 100% do valor original.