Nubank (ROXO34) é ‘culpado’ por saída de investidores da bolsa; entenda
Pela primeira vez desde 2016, o número de investidores pessoa física cadastrados na bolsa de valores – a B3 (B3SA3) recuou. Em grande parte, o motivo de o volume de investidores ter tido um leve recuo foi o Nubank (ROXO34).
O que aconteceu foi que, durante sua estreia na bolsa, o Nubank optou por realizar uma dupla listagem – na B3 e na NYSE – e ofertou amplamente seus BDRs para sua base de clientes.
Com isso, ocorreu um incremento massivo no número de investidores na bolsa, dado que a base de clientes da fintech ultrapassa os 90 milhões.
Contudo, posteriormente o Nubank deslistou seus BDRs – à época negociados sob o ticker NUBR33 – e migrou para a o BDR nível 1.
Assim, a empresa perdeu o status de listada em bolsa brasileira.
No processo regulatório, com esse tipo de migração, os clientes e investidores tiveram que escolher entre trocar seus BDRs antigos pelos novos – agora negociados sob o ticker ROXO34 -, por as ações listadas na NYSE, ou por receber o dinheiro que estava alocado.
Os investidores que não se manifestaram receberam automaticamente o dinheiro investido, sendo enquadrados na terceira posição.
Com isso, o Nubank ocasionou a queda de mais de 500 mil investidores na bolsa de valores. O ‘saldo’, contudo, é positivo, dado que com a listagem entraram mais de 750 mil CPFs na B3.
Os dados atualizados da bolsa mostram que o ano de 2023 encerrou com 4,95 milhões de CPFs individuais cadastrados, ao passo que em 2022 foram 5 milhões – representando uma queda de 1,1% na base anual.
O número de contas na depositária, da mesma forma, recuou, saindo de 5,88 milhões para 5,77 milhões, queda de 1,9% na base anual.
O Volume Financeiro Médio Diário, outro indicador importante, também recuou. Em 2022 a média foi de R$ 28,2 milhões negociados ao dia, enquanto em 2023 foram R$ 24 milhões, queda de 14,7%.
Desempenho das ações do Nubank
As ações do Nubank listadas em Nova York são negociadas pouco acima de US$ 9 atualmente, representando alta de 147% em 12 meses. Já os BDRs listados no Brasil sobem 23% desde que passaram a ser negociados em bolsa, em meados de agosto de 2023.