Após a divulgação do balanço do segundo trimestre do Nubank (ROXO34), o fundador e CEO global do banco, David Vélez, vendeu 31 milhões de ações da empresa negociadas na Bolsa dos Estados Unidos.
O montante representa cerca de 3% do total de ações do Nubank que David Vélez detinha. O CEO possui aproximadamente 20% do capital total do banco, sendo que dessa fatia, 75% são ações com direito a voto.
Segundo comunicado do Nubank, a venda dos papéis foi justificada por “planejamento patrimonial” de Vélez.
Em agosto do ano passado, ele já havia realizado outra venda. Na ocasião, o executivo se desfez de cerca de 25 milhões de papéis logo após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2023.
Vale lembrar que Cristina Junqueira, outra fundadora do Nubank, também já vendeu papéis da empresa sob a justificativa de “gestão pessoal de patrimônio e liquidez”.
Alta na inadimplência ofusca expansão do Nubank (ROXO34)?
O Nubank (ROXO34) reportou um lucro líquido de US$ 487,3 milhões no segundo trimestre de 2024, alta de 116% frente ao mesmo período do ano passado e de 29% trimestre a trimestre. Após o balanço, o BB-BI divulgou um relatório com as suas impressões sobre o resultado.
Segundo a casa, o balanço do Nubank foi favorecido, assim como nos trimestres mais recentes, por uma expansão generalizada nas receitas, além de despesas bem administradas e um custo de crédito menor.
Os destaques positivos, para o BB-BI, ficaram por conta do recorde de receitas e lucro líquido, além da margem financeira, que avançou tanto no conceito líquido, quanto líquido ajustado ao risco, “sinalizando o momento incrivelmente mais favorável das safras recentes de crédito”.
Por outro lado, o relatório chama a atenção para o fato de que as despesas com provisões do Nubank caíram 8,50% trimestre a trimestre, mesmo em um período no qual a carteira teve forte expansão, e a inadimplência no conceito 90+ dias subiu de 6,30% para 7%.
De acordo com o banco, a queda se deu por conta da melhoria na inadimplência curta (15-90 dias), que teve uma retração de 5% para 4,50% no período, o que sinaliza uma provável melhoria no indicador longo para os próximos períodos.
Portanto, o BB-BI entende que a inadimplência do Nubank não é um fator de tanta preocupação, tendo em visto a entrega completa do 2T24 do banco.
“Na entrega do 2T24, o Nubank suaviza de certa forma preocupações crescentes quanto à recente escalada de sua inadimplência. Não apenas a inadimplência curta mostrou recuo, mas quando considerado o custo do crédito, a margem financeira, na verdade se expande, reafirmando que a fintech não se propõe a estar no jogo de inadimplência baixa, mas de balancear riscos condizentes com rentabilidade adequada sobre suas linhas e seu público alvo”, diz o relatório.
O BB-BI tem recomendação de compra para as ações do Nubank (ROXO34), com preço-alvo de R$ 13,80 para as BDRs negociadas no Brasil.
Para as ações do Nubank negociadas em Nova York, a recomendação também é de compra, com preço-alvo de US$ 15,60.