O Nubank (ROXO34) bateu recentemente a marca de 4 milhões de clientes Pessoa Jurídica (PJ), vertical que existe desde meados de 2019 e que passou a ganhar mais atenção da fintech. Nos anos anteriores o banco digital cresceu sua base de clientes em cerca de 1 milhão, e do ano passado para 2024 até então já registrou um avanço de 500 mil.
Nessa toada, foi anunciado o produto de capital de giro do Nubank, já que até então os clientes PJ eram atendidos via cartão de crédito.
A gama de clientes do Nubank fica mais voltada para micro e pequenas empresas, além de MEIs (que são 58%) – contemplando majoritariamente companhias com faturamento de até R$ 5 milhões anuais.
A CEO do Nubank, Lívia Chanes, destaca que, por ora, o banco não tem como prioridade entrar no middle market, mas há esforços em sofisticar o portfólio de produtos e de aproveitar os impactos da similaridade desse público com o de alta renda – que também tem sido um foco do banco recentemente.
“Estamos fazendo o roll-out para alguns clientes e um aumento gradual para fazermos ajustes de curvas de risco, mas o produto já está disponível para vários clientes e queremos escalar. É um capital de giro clean, sem nenhum tipo de garantia, equivalente ao empréstimo pessoa física“, explica a executiva.
Com o novo produto, a fintech conseguira conceder crédito do Nubank em volumes relativamente maiores do que com o cartão, que era seu único produto para PJs até então.
A experiência de solicitar capital de giro é 100%, e vem com novas mudanças no tratamento para esse tipo de cliente.
Agora, a conta PJ do Nubank poderá ser acessada por terceiros (até então era somente o empresário) com perfis de consulta, administração e operação.
“Isso facilita a jornada cognitiva, e com o acesso compartilhado permite uma gestão não centralizada do negócio”, observa Chanes, CEO do Nubank.
Atualmente o portfólio PJ do banco já é rentável.
Com as novidades, o Nubank espera também crescer sua relevância na alta renda, já que os públicos eventualmente se cruzam, especialmente no caso de profissionais liberais e clientes análogos.
Nesse sentido, o custo de aquisição de cliente do Nubank seria baixíssimo, especialmente para quem já tem o produto voltado para pessoa física – que, no momento atual, contempla um a cada dois brasileiros adultos.
Nubank mira simplificação no fiscal
O banco também fez acordo com governo locais para simplificar a emissão de notas fiscais. O projeto ainda está em fase de testes em São Paulo e deve ficar disponível para todo o Brasil no curto prazo.
“Ciclo fiscal é uma dor muito aguda para o empresário, então vemos muitas oportunidades para simplificar. Fizemos acordos com governos locais para que dentro do próprio portal do Nubank o empresário possa emitir uma nota fiscal”, explica a CEO do Nubank.
Em termos de ajustes para concessão de crédito, a executiva detalha que a estratégia seguirá a mesma, de loan and grow, com concessões menores iniciais e aumentos dinâmicos do limite.
Chanes conclui destacando que se pegar o mesmo modelo de crédito da indústria e replicar no Nubank, o banco concederá crédito para mais pessoas por conta da alta capilaridade.