Nubank (ROXO34): ações mudam o sinal e fecham em queda após divulgação do balanço do segundo trimestre

As ações do Nubank (ROXO34) chegaram a disparar no Ibovespa nesta quarta-feira (16), um dia após a divulgação do balanço do segundo trimestre deste ano. Mas o papel perdeu força durante o pregão e acabou fechando em queda de 1,55%, a R$ 6,35.

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O Nubank reverteu prejuízo e teve lucro de US$ 224,9 milhões entre abril e junho de 2023, revertendo prejuízo de US$ 29,9 milhões no mesmo intervalo do ano passado. O resultado considera os números da holding, que inclui também as operações no México e Colômbia

Perto das 13h30, as BDRs do Nubank subiam 2,02%, a R$ 6,58.

lucro ajustado do Nubank somou US$ 262,7 milhões, bem acima do resultado ajustado de US$ 17 milhões de um ano antes. O retorno do banco digital (ROE, em inglês) foi de 19% no segundo trimestre.

O resultado do lucro do Nubank no 2T23 superou média das estimativas dos analistas consultados pelo Broadcast (US$ 170,4 milhões). A expectativa da XP era de US$ 191 milhões de lucro para o resultado do Nubank no 2T23.

“O segundo trimestre do Nubank teve um sucesso operacional significativo”, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o fundador e presidente do Nubank, David Vélez. O resultado foi impulsionado pelo aumento dos clientes e também pelas pessoas usando mais produtos do banco digital.

Entre abril e junho, foram adicionados 4,6 milhões de clientes. Ao final de julho, ou seja, após o segundo trimestre, a fintech ultrapassou a marca de 85 milhões de clientes globalmente e 80 milhões no Brasil. Segundo Vélez, são 1,5 milhão de novos clientes a cada mês, em média.

Com mais clientes e novos produtos, o Nubank registrou receitas de US$ 1,9 bilhão no segundo trimestre, um novo recorde histórico, o que representa um aumento de 60% em relação ao segundo trimestre de 2022, em base neutra de câmbio.

A receita média mensal por cliente ativo (ARPAC, na sigla em inglês), indicador monitorado de perto em bancos digitais, atingiu US$ 9,30, superando pela primeira vez a marca de US$ 9,00 e também acima da previsão dos analistas. O crescimento do Nubank nesse indicador foi de 18% em 12 meses.

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Nubank precisa continuar encontrando novos ‘pools’ de lucro, diz BTG

Em relatório, analistas do BTG Pactual (BPAC11) destacaram o forte ROE apresentando pelo Nubank no segundo trimestre. Como uma instituição financeira de tecnologia, diz o BTG, a fintech oferece uma ‘combinação rara’ de forte crescimento e um modelo de negócios altamente lucrativo, que naturalmente atrai forte interesse de investidores globais.

“Embora acreditemos que o Nubank esteja aqui para ficar como um dos líderes do setor, com dados demográficos poderosos, sentimos que muitos investidores já o consideram o vencedor, apesar de ainda terem muito a provar. Acreditamos que os investidores estão precificando os resultados do Nubank com se fosse um sprint, esperando melhores resultados de novas iniciativas no curto prazo. No entanto, é mais provável que seja uma maratona”, disse o banco.

Ainda de acordo com o BTG, o Nubank precisa continuar encontrando novos ‘pools’ de lucro, que incluem empréstimos consignados, por exemplo. “Por enquanto, preferimos esperar a margem e buscar um preço melhor ou ficar mais confiantes no sucesso de suas novas iniciativas”, disse, mantendo sua recomendação “neutra” para as ações, com preço-alvo a US$ 7,00. Nesta quarta (16) as ações do banco em Nova York estão cotadas em US$ 7,64, com queda de 3,35%.

Nubank: foco está no ROE, diz Vélez

Em grupos mais maduros dentro do Nubank, o indicador já está em US$ 24 e nas safras dos clientes com três produtos está em US$ 35. Mas em grandes bancos supera US$ 40, o que evidencia o potencial de crescimento do ARPAC, ressalta o diretor financeiro do Nubank, Guilherme Lago. O executivo observa que não só os clientes estão usando novos produtos financeiros da fintech, mas também usando mais os mesmos produtos. “Esperamos que o ARPAC continue crescendo sim.”

Ao mesmo tempo, o custo médio por cliente ficou estável novamente, em US$ 0,80. O índice de eficiência da fintech, que reflete a alavancagem operacional, atingiu 35,4%, um dos melhores números da América Latina. A margem bruta aumentou em 42%.

Com a operação no Brasil mais madura, Vélez disse que o foco agora será o ROE da holding e não da operação brasileira. “É o jeito certo de olhar nossa operação”, disse ele. Operações do Nubank no México e Colômbia ainda precisam de muito investimento, ressaltou ele.

Com Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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