O Nubank (ROXO34) divulga seu resultado nesta terça (14), após o fechamento de mercado. Após seu primeiro ano de lucro acima de US$ 1 bilhão, a companhia ainda desperta discordância dentre analistas, especialmente no que tange às recomendações e ao valuation.
O resultado do Nubank somou US$ 360,9 milhões de lucro no quatro trimestre de 2023 (4T23). Agora, a XP espera que a companhia mostre um lucro ainda maior, de US$ 404 milhões, representando crescimento de 12%.
Além disso, a casa espera um Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE, na sigla em inglês) de 27,3%, ante 25,9% no trimestre imediatamente anterior.
“Esperamos mais um trimestre de resultados positivos para o Nubank. As receitas devem crescer 10% na base trimestral e 63% na base anual, encerrando o primeiro trimestre em US$ 2,6 bilhões. Embora prevejamos um aumento nas perdas de crédito e nas despesas com juros, o lucro bruto deve crescer 9% no trimestre e atingir US$ 1,2 bilhão”, diz a casa.
“Assumindo uma taxa de imposto de renda fixa em relação ao trimestre anterior (em 35,5%), o resultado final deve ficar ligeiramente acima de US$ 404 milhões. No geral, embora o banco continue a crescer de forma saudável, este trimestre deverá registar uma desaceleração marginal no crescimento dos lucros”, completa.
A XP tem um preço-alvo de R$ 7,20 para os BDRs do Nubank (ROXO34), com recomendação neutra. Atualmente esses papéis negociam a R$ 9,70 em bolsa.
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UBS-BB mantém otimismo com Nubank esperando US$ 356 milhões de lucro
Analistas do UBS-BB, todavia, recomendam compra dos papéis, mirando US$ 13,50 de preço-alvo para os papéis listados na NYSE – que negociam a US$ 11,37 atualmente.
As projeções da casa são de um lucro de US$ 356 milhões para o Nubank no 1T24, com ROE de 24,5% e US$ 2,5 bilhões em receita.
“Os empréstimos de cartão de crédito do sistema financeiro brasileiro diminuíram 2% na base trimestral, enquanto enquanto os principais bancos incumbentes diminuíram 3% em termos trimestrais e permaneceram estáveis em termos homólogos, indicando que o Nubank deveria ter ganho alguma quota de mercado nos empréstimos com cartão de crédito”, diz a casa.
Os analistas também chamam atenção para o fato de que o volume de compras com cartões dos principais bancos incumbentes apresentou um contração de 7%, impactada negativamente pela sazonalidade do 1T, segundo dados do Banco Central do Brasil.
Contudo, os dados do Nubank mostram que em fevereiro de 2024 a fintech mostrou um aumento trimestral em empréstimos de alto risco.
Em tese pessimista, Santander recomenda venda
Apesar de aumentar o preço-alvo do Nubank para US$ 8, especialistas do Santander seguiram com recomendação de venda para os papéis.
“Embora reconheçamos Entrega excessiva de resultados da companhia desde seu IPO, continuamos a considerá-lo caro, negociando a 2024E P/BV de 5,9x. Para ficar dentro do nosso limite para uma recomendação de compra, a empresa precisa entregar um ROE de 39% perpetuamente, um número que não acreditamos que possa alcançar”, diz a casa.
A projeção é de que o Nubank feche o ano com lucro de US$ 1,197 bilhão, ROAE de 18,4% e US$ 8,02 bilhões em receita.
BBA espera lucro de R$ 11 bilhões em 2024
Em relatório recente o BBA declarou considerar o Nubank sua ação preferida entre os bancos para o mês de maio, projetando cerca de R$ 11 bilhões de lucro para a empresa neste ano, com 33% de ROE.
Hoje, negociando em torno de 15 vezes o preço em relação ao lucro (P/L), a casa vê o banco em um patamar atrativo de valuation, considerando o crescimento projetado para os próximos anos, e espera um crescimento médio anual nos lucros de 60% entre 2023 e 2026.
“A confiança na entrega desses números é respaldada em um time de executivos altamente capaz, que demonstrou sua competência entregando fortes lucros em um período extremamente desafiados para a indústria de cartões”, escreve o time de estratégia do Itaú BBA.
O Itaú BBA tem recomendação de compra, para os papéis do Nubank, mirando R$ 11,10 para os BDRs.
BTG segue neutro, vendo espaço limitado para revisão de lucros
Os analistas do BTG Pactual não descartam os avanços da companhia, mas seguem com recomendação neutra, com preço-alvo de US$ 11.
“Começamos 2024 mais otimistas em relação às ações da Nu, seguindo o crescimento contínuo do empréstimo no Brasil, rápida expansão, maior lucratividade (com empréstimos ao consumidor e financiamento PIX), e um aumento no número de clientes e depósitos no México”, dizem os analistas.
“Esperamos que o lucro líquido GAAP do Nubank em 2024 seja de US$ 1,94 bilhão, crescimento de 88% na base anual”, concluem.